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Em coletiva PBio detalha plano de investimentos em biodiesel


BiodieselBR.com - 15 ago 2011 - 06:38 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:17

O presidente Petrobras Biocombustíveis (PBio), Miguel Rossetto, participou na semana passada de uma coletiva na sede da empresa, no Rio de Janeiro, na qual deu mais detalhes sobre as novidades que o Plano de Negócios da Petrobras reserva para a área biocombustíveis. De acordo com Rossetto, o plano reserva US$ 4,1 bilhões para financiar a expansão do segmento pelos próximos cinco anos. Desse total, US$ 600 milhões irão para projetos de biodiesel.

O anúncio da PBio continua a divulgação do Plano de Negócios da Petrobras feito em 22 de julho passado e que prevê investimentos da ordem de US$ 224,7 bilhões pelos próximos cinco anos.  Da fatia reservada para os biocombustíveis, US$ 2,5 bilhões irão para os projetos da PBio enquanto o US$ 1,6 bilhão restante virão de investimentos feitos por outros braços do grupo. Segundo Rossetto, esses valores reafirmam a participação estratégica da estatal na produção de biocombustíveis. “A Petrobras, como uma grande empresa integrada de energia, desenvolve atividades que criam sinergia nos seus negócios. Um grande desafio é preservar uma condição de vanguarda tecnológica nessa atividade produtiva”, disse ao explicar de que forma os investimentos de biocombustíveis estão amarrados ao plano como um todo.

Os projetos na área de produção de etanol novo devem ser a grande vedete do período. Eles deverão ficar com praticamente metade – US$ 1,9 bilhão – dos investimentos. A meta é saltar dos atuais 1,5 bilhão de litros de capacidade produtiva anual para chegar em 2015 com capacidade para 5,6 bilhões de litros o que deve representar uma fatia de 12% do mercado nacional. Com isso, existe a perspectiva da empresa disputar a liderança do mercado. “Nós vamos trabalhar para ter uma posição forte na produção de etanol. Mas a liderança não depende só da gente”, ressaltou, indicando que o mercado está aquecido e há outros grupos internacionais de peso de olho.

Na área de biodiesel, as ambições são mais modestas. Segundo as projeções apresentadas, a capacidade produtiva da PBio deve sair dos atuais 735 milhões de litros para chegar a 855 milhões de litros  até 2015. A previsão é que market-share da empresa vai se manter praticamente estável – caindo dos 28% de hoje para cerca de 26% em 2015. Mesmo assim Rossetto garante que a companhia vai “consolidar uma posição de liderança no mercado de biodiesel”.

A PBio deve manter o foco nos dois projetos de biodiesel que vem desenvolvendo no Pará a partir de óleo de palma. Um deles vai produzir biodiesel para atender a demanda da Região Norte, o outro – uma joint venture com a Galp – vai produzir óleo de palma para exportação. O óleo será enviado para Portugal onde será convertido em biodiesel e comercializado no mercado europeu. Ambos os projetos somam investimentos totais de R$ 884.

A mais recente investida da PBio na área de biodiesel foi a aquisição de 50% do capital da BSBios. “Nesse momento estamos consolidando numa mesma empresa a usina de Passo Fundo com a de Marialva. Até o final do ano a nossa dedicação é consolidar essa associação”, comenta, confirmando que a empresa está “olhando para novos projetos” na região.

“Nós operamos cinco usinas de biodiesel no território nacional. Três próprias no Ceará, Bahia e Minas; duas [em parceria com a BSBios] no Paraná e no Rio Grande do Sul. Estamos com dois pontos no Pará em fase de implantação. Portanto é uma nacionalização da produção de biodiesel que nós construímos nesses três anos de trabalho”, comemora Rossetto.

BioQAV
Além dos investimentos em produção, a Petrobras tem US$ 300 milhões reservados para a pesquisa em biocombustíveis que deverão ser gastos em três agendas prioritárias: etanol de segunda geração, desenvolvimento de bioquerosene (BioQAV) e aprimoramento da sustentabilidade da produção.

As metas aqui são ousadas. Na área de etanol celulósico, a Petrobras espera chegar em 2015 aumentar o rendimento da produção de etanol em 30% sem precisar aumentar a área plantada com cana-de-açúcar. Quanto ao BioQAV, a expectativa é ter uma alternativa renovável para o querosene de aviação perfeitamente funcional em cinco anos. “Estamos prospectando as rotas de produção de BioQAV existentes. Não existe hoje nenhuma rota consolidada e viabilidade econômica, temos várias rotas em pesquisa. Nós queremos produzir BioQAV até 2015”, diz Rossetto. Ele acrescenta que, no momento, a empresa está pesquisando a produção tanto a partir de óleo vegetais quanto a partir da sacarose.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com
Tags: Pbio