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Lacunas no mercado de biodiesel


Adriano Pires - 13 out 2011 - 12:27 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:17

O mercado brasileiro de biodiesel conta com 67 unidades produtoras autorizadas pela ANP para operação e segue em crescimento acelerado. Em 2010, as 67 unidades produtoras somaram uma capacidade total autorizada de 5,8 milhões de m3 e produziram 2,4 milhões de m3. A capacidade instalada cresceu em média 33% ao ano e a produção, 81%. Apesar de a produção mostrar um crescimento maior que a capacidade, o percentual de utilização ainda e baixo, em 2010 foi de 41%. O setor de biodiesel trabalha com uma elevada capacidade ociosa, da ordem de 60%. Segundo dados da ANP, até julho deste ano a capacidade instalada total alcançou 6,4 milhões de m3. Pelas contas do setor, a capacidade instalada de produção das usinas em operação seria suficiente para adicionar até 10% de biodiesel ao combustível convencional.

Existem, ainda, onze novas unidades de biodiesel autorizadas para construção e oito outras autorizadas para ampliação de capacidade. Com a finalização das obras e entrada em operação, a capacidade total poderá ser aumentada em mais 1,7 milhões de m3.

Tramitam pela ANP ainda 16 solicitações de autorização para construção de novas plantas produtoras de biodiesel e 10 solicitações para ampliações de capacidade em plantas já existentes.

As matérias-primas utilizadas na produção em 2010 foram, basicamente, óleo de soja e sebo bovino, cerca de 82% e 13% do volume total, respectivamente. O elevado percentual do uso da soja na produção do biodiesel é criticado, pois traz certas preocupações ambientais, macroeconômicas e na própria qualidade do biocombustível.

 “O Brasil possui vantagens para transformá-lo no maior produtor de biocombustíveis, mas faltam estratégias que contemplem a lógica do mercado” ADRIANO PIRES

Com o objetivo de aumentar a rentabilidade do setor, a ANP promoveu mudanças no 23° leilão. O número de lotes subiu para dez, foram cinco para os detentores do selo social e cinco para todas as usinas. O motivo para essa mudança é que a compra de biodiesel passou a ser dividida pelas regiões do Brasil, sendo dois lutes para cada região.

Foram determinados quatro preços diferentes, um para cada região, sendo que as regiões Sul e Centro- Oeste ficaram com o mesmo valor máximo. Essa diferença entre os preços das regiões esta diretamente ligada ao novo instrumento utilizado neste leilão, o Fator de Ajuste Logístico (FAL).

O FAL foi acrescentado pelos produtores na hora de realizar os lances, desta forma, se uma usina no Rio Grande do Sul quiser receber R$ 2 por litro de biodiesel vendido para a região Sudeste, o lance devera ser de R$ 2,1964, pois o FAL para esse trecho é de R$ 0,1964, que será descontado do preço final.

O Brasil possui vantagens comparativas a outros países capazes para transformá-lo no maior e melhor produtor de biocombustíveis. Faltam, porem, politicas públicas que contemplem a lógica do mercado e não possuam viés politico e ideológico.

Um passo fundamental e essencial seria o governo incentivar a pesquisa para que se consiga melhorar a qualidade e uma desoneração fiscal para aumentar a competitividade dos biocombustíveis.

Adriano Pires  - Brasil Econômico
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