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FGV garante que programa de biodiesel alavanca a economia [Cleber Guarany]


BiodieselBR.com - 27 out 2010 - 21:17 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:14

O coordenador de projetos da FGV Projetos, Cleber Lima Guarany, apresentou hoje aos participantes da Conferência BiodieselBR 2010 os resultados do recém lançado estudo da Fundação Getulio Vargas sobre o programa de biodiesel e seus impactos na economia.

{viewonly=registered,special}O coordenador de projetos da FGV Projetos, Cleber Lima Guarany, apresentou hoje aos participantes da Conferência BiodieselBR 2010 os resultados do recém lançado estudo da Fundação Getulio Vargas sobre o programa de biodiesel e seus impactos na economia. “Para qualquer país, um programa de produção de biocombustível tem grande importância porque gera riqueza, distribui renda e alavanca o PIB”, diz Guarany.

O coordenador diz que um programa como o de biodiesel pode ser um vetor estruturante para a economia, principalmente em países que importam petróleo e combustíveis, e que têm uma economia frágil. O biodiesel, segundo ele, tem um caráter centralizador, capaz de alavancar o desenvolvimento tecnológico e agrícola, promovendo a fixação das pessoas no campo.

O estudo mediu o impacto que a entrada da mistura de biodiesel no diesel teve na inflação, visto que o preço do biodiesel ainda é mais elevado que o seu correspondente fóssil. A FGV concluiu que não existem sinais óbvios de aumento no preço do diesel. “Verificou-se que o impacto é muito pequeno”, diz.

O estudo indica que a soja vai continuar tendo uma participação importante no mercado nas próximas décadas. “Soja é um lastro para o biodiesel. Não é nenhum bicho papão, e não é para ninguém ficar assustado com isso. A soja tem uma cadeia forte. Isso é uma decisão econômica financeira”. O coordenador chamou atenção para a política de exportação brasileira, que faz com que o país acabe preferindo vender matérias-primas ao invés de produtos com maior valor agregado. “No Brasil a exportação de soja em grão é quase 50% da produção. Por que não agregar valor à cadeia?”, questiona.

Para a FGV, apesar de todos os impactos favoráveis à economia, o sucesso do programa não deve ser visto como um resultado já garantido para o futuro. O grande desafio atual para o setor está na construção de uma conjuntura favorável à sua expansão. Ou seja, é necessário ampliar os atuais volumes de mistura e manter a competitividade do setor no longo prazo. “À medida que o programa vai evoluindo são necessários ajustes. Ele precisa ser constantemente energizado”, diz Guarany.    

A FGV destacou alguns aspectos positivos do programa para a economia. Confira abaixo:

Aspectos tecnológicos:
- Desenvolvimento de culturas oleaginosas;
- Capacitação técnica do agricultor familiar;
- Parque industrial com mais de 60 usinas, alavancando investimentos em tecnologias de produção e processos.

Aspectos mercadológicos:
- R$ 4 bilhões em investimentos na indústria (2005 –2010);
- Diminuição das importações de diesel;
- Sem impactos relevantes na inflação;
- R$ 7,36 bilhões em investimentos na indústria (2010-2020);
- Garantia de preço mínimo para óleos vegetais.

Aspectos sociais:
- Inclusão de 570 mil famílias de agricultores familiares em 2020
- Desenvolvimento de regiões menos favorecidas;
- Geração de 531.000 empregos diretos no campo até 2020;
- Distribuição de renda (ex: R$ 1.800/mês para produtores de dendê) no Pará;
- Diminuição de internações e óbitos por problemas respiratórios.
- Condições de expansão de produção sem grandes impactos ambientais;
- Redução de emissões de poluentes;
- Utilização de resíduos (OGRs).

Alice Duarte – BiodieselBR.com