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Embrapa terá complexo de usinas-piloto. Compra de equipamentos é desafio


BiodieselBR.com - 07 abr 2011 - 10:27 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:16

A Embrapa Agroenergia está construindo um complexo de usinas-piloto em sua recém-construída sua sede no Distrito Federal. Os equipamentos darão suporte aos pesquisadores da entidade no desenvolvimento de novos procedimentos industriais nas áreas de biodiesel, etanol de 2ª geração, processos termoquímicos – como pirólise e gaseificação – e biomassa.

Entre os primeiros projetos de pesquisa que deverão ser beneficiados pela novidade está o de produção de biodiesel pela rota etílica que deve começar a ser testado ainda este ano. De acordo com o pesquisador da Embrapa Agroenergia que está coordenando esse projeto, Rossano Gambetta, o complexo vai ocupar uma área de aproximadamente 380 m2 da nova sede que está quase concluída. “Eu imagino que até o final do ano a gente esteja com algumas dessas plantas compradas”, informa acrescentando que os primeiros resultados devem começar a vir quase de imediato. A estimativa é que sejam investidos entre R$ 4 e R$ 5 milhões no complexo.

Uma usina-piloto é uma versão em miniatura de uma unidade industrial. Seu tamanho reduzido permite que os cientistas testem os processos que eles esboçaram em seus laboratórios a uma fração do custo necessário para fazer o mesmo em uma planta industrial de verdade. A escala piloto também é útil para entender como determinados processos se comportam ao longo de períodos maiores de tempo para descobrir parâmetros como a durabilidade de catalisadores ou a formação de subprodutos indesejados.

Compras
No momento, o desafio está sendo a aquisição dos equipamentos. Em geral, os fornecedores industriais só estão acostumados a fabricar maquinas de grandes dimensões, fazer versões menores já exige uma série de adaptações que nem todos os fabricantes estão dispostos a atender. Além disso, uma planta-piloto exige que o maquinário seja mais “instrumentado” – ou seja, tenha maior número de sensores para acompanhar tudo o que está acontecendo ao longo do processo.

Gambetta explica que, nesse começo, o complexo será formado por uma série de plantas genéricas que contarão com o maquinário mais comum. “O fermentador, por exemplo, é o coração de qualquer usina de etanol, então já podemos comprar um fermentador”, salienta ressaltando que será possível adquirir equipamentos complementares em função de necessidades especificas dos projetos de pesquisa dos recursos financeiros disponíveis.

A ideia é que a disponibilidade traga uma facilidade muito maior para que as pesquisas superem a escala de bancada e barateie os custos graças ao compartilhamento das infraestrutura por vários grupos de pesquisa. Colocar cientistas responsáveis pela pesquisa básica para trabalhar ao lado dos engenheiros que fazem o trabalho de aplicação também contribui para melhorar a comunicação entre ambos. “Isso é muito útil porque dá um insight de onde a teoria precisa ser melhorada, o pessoal da aplicação pode chegar e dizer, por exemplo, que ‘está gastando energia demais’ e isso ajuda a pesquisa a pensar melhor o processo”, garante Gambetta.

As pesquisas na área de biocombustíveis deverão estar as maiores beneficiadas por esse investimento. “O governo quer que o biodiesel chegue rapidamente a um nível de desenvolvimento similar ao do etanol, então ainda vamos fazer muita pesquisa nessa área, especialmente no que diz respeito ao uso de biomassas alternativas”, adianta.

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com