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BiodieselBR - 02 fev 2006 - 23:00 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O Relatório Especial sobre os Cenários de Emissões, do Painel para a Mudança Climática (IPCC) estima que o maior potencial em energia renovável, no médio prazo (2025) seja proveniente do desenvolvimento de biomassa moderna (70 a 140EJ), seguido pela energia solar (16-22EJ) e eólica (7-10EJ). O conceito de biomassa moderna incorpora tanto a madeira na forma de briquetes, como carvão e licor negro. No longo prazo, a contribuição de energias renováveis é estimada em 1.300EJ/ano, metade do que será obtido diretamente da energia solar (2.600EJ/ano).

Enquanto a principal limitação para o aproveitamento da energia solar é a tecnologia que viabilize, economicamente, sua obtenção e estocagem, no caso da agricultura de energia acredita-se que haverá um limite máximo de sua expansão, devido à competição pela produção de alimentos. Neste caso, o ganho de produtividade terá que ocorrer tanto na agricultura de alimentos e fibras, quanto na de energia, para que a disputa por área possa ser impelida para um futuro em que outras fontes renováveis de energia hajam sido viabilizadas.

De acordo com a FAO, a área brasileira de florestas ascende a 5,3 milhões de km2, cerca de dois terços da área do país, sendo a segunda maior do mundo, após a Federação Russa. A produção de energia a partir de madeira tem declinado consistentemente, nos últimos anos. Estima-se que a extração de madeira reduziu-se em 35% nos anos 90, partindo de 106 milhões de toneladas para estabilizar-se em 69,5 milhões de toneladas ao ano, em especial devido ao menor consumo de carvão vegetal. Estima-se existirem no Brasil cerca de 3 milhões de hectares de eucaliptos, destinados primariamente ã produção de carvão. Com uma eventual retomada do mercado de biomassa florestal, dado o longo tempo de maturação dos projetos de reflorestamento, estima-se que haverá um déficit de oferta madeireira, na próxima década, no Brasil.

A queda foi observada no consumo residencial (47%), na indústria (39%), na agricultura (13%) e no comércio (1%). Em 1999, enquanto 25 milhões de toneladas de madeira foram transformadas em carvão, apenas 0,5 milhões de toneladas foram usadas para geração de energia elétrica. O uso industrial de madeira no Brasil se dirige especialmente para a produção de alimentos e bebidas, cerâmica e indústria de papel.

O setor rural é o maior consumidor de biomassa para energia. Estima-se que o consumo per cápita rural atual seja de 1 tonelada/ano (15GJ), enquanto nas áreas urbanas o valor cai para 50% deste consumo. Um dos conceitos vigentes para subdividir a energia de biomassa é separar a madeira de “outras biomassas que não madeira”, também excluídos os cultivos para fins energéticos, como a produção de biocombustíveis.

A biotecnologia terá um papel relevante para solucionar esta questão, adaptando os cultivos energéticos a estas adversidades. E, tanto a biotecnologia como outros ramos da ciência agronômica, deverão auxiliar a aumentar a produtividade física por hectare, a maior densidade de elementos energéticos (celulose, açúcar, amido, óleos vegetais, etc). Também dependerá de inovações tecnológicas a melhoria do processamento e o aumento da eficiência das fontes energéticas.