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Opiniões

Rodrigo Rodrigues


BiodieselBR.com - 02 jan 2014 - 11:59 - Última atualização em: 16 mai 2014 - 12:07
Os desafios para implantar o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel - PNPB

Com dois anos de vigência da obrigatoriedade da mistura de biodiesel ao diesel mineral, esse mercado de um novo combustível renovável continua impondo desafios para o governo, para a sociedade e para a iniciativa privada. O desafio inicial de introduzi-lo de forma sustentável no mercado, em curto período de tempo, foi superado. Transcorridos apenas quatro anos desde o lançamento do marco regulatório do programa temos uma capacidade instalada de 3,6 bilhões de litros por ano. Em 2010, o consumo com o B5 é estimado em 2,3 bilhões de litros, o que permitirá classificar o Brasil como o segundo maior mercado mundial de biodiesel, atrás apenas da Alemanha.

Entretanto, cerca de 85% do biodiesel produzido no Brasil tem a soja como matéria-prima. Governo e produtores reconhecem que essa oleaginosa não é a mais apropriada em termos de rendimento de óleo por hectare cultivado, porém é a que está disponível em grande quantidade. Aqui reside o maior gargalo: diversificar a disponibilidade de matérias-primas oleaginosas tornando-as economicamente viáveis para a produção de biodiesel.

O desafio é estabelecer e manter os mecanismos de incentivo que vão da pesquisa agrícola à produção sustentável ao longo do tempo. E a solução não comporta milagres. Será necessário tempo, perseverança e continuidade das políticas públicas de incentivo.

Para ampliar o consumo de biodiesel além da mistura obrigatória, serão necessárias economias de escala e escopo que aproximem os preços relativos do biodiesel com o do diesel fóssil e a continuidade dos programas de testes veiculares com percentuais superiores de mistura, valiosa contribuição que a indústria automobilística tem oferecido ao programa.

Rodrigo Augusto Rodrigues - Coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel