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Energia

Rally da Safra: preço do diesel derruba renda de produtores no MT


Estadão - 27 mar 2006 - 15:36 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:22

O preço do óleo diesel é o grande vilão da safra de soja deste ano. Todos os produtores com quem a reportagem da Equipe Centro-Oeste do Rally da Safra conversou, sem exceção, apontam que o valor do combustível derrubou a renda dos agricultores, pelo menos em Mato Grosso.

Nas contas dos produtores, nesta safra o diesel representa de 5% a 10% do custo de produção da porteira para dentro. Da porteira para fora esse porcentual fica entre 20% e 25%. Se há dois anos 280 a 300 sacas de soja compravam 10 mil litros de diesel, hoje são necessárias 1.200 sacas.

O preço do diesel jogou o valor do frete para cima. Segundo produtores, para levar 1 tonelada de soja de Sorriso ao Porto de Paranaguá (PR) paga-se R$ 220, em comparação com R$ 135 a R$ 150 na safra passada. "A Petrobras é auto-suficiente em petróleo, mas pagamos mais do que o dobro do preço que os produtores da Argentina pagam. Não dá pra entender uma coisa dessas", revolta-se o produtor Pedro Riva, de Sorriso.

Os produtores sugerem algumas saídas que poderiam ser adotadas pelo governo, como um Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) para o transporte da soja até Paranaguá. "Sem alguma ajuda a produção vai ficar inviável", argumenta Sadi Zanatta, de Ipiranga do Norte.

Outra reivindicação, esta bem antiga, é a extensão da BR 163 até Santarém, no Pará, 1,3 mil quilômetros à frente, mil quilômetros menos do que o trajeto até Paranaguá. A licitação da obra acaba de passar pela conturbada fase de aprovação pelos órgãos oficiais que cuidam do meio ambiente.

Alguns produtores instalaram pequenas processadoras de biodiesel em suas propriedades para tentar baixar o custo representado pelo combustível na operação das fazendas, mas o volume produzido ainda é mínimo. "O biodiesel não resolve nosso problema em curto prazo", diz Sadi Zanatta.