Biodiesel revoluciona o processo da Agroenergia
Imagine agora um produto que substituiria o petróleo, capaz de reduzir a poluição do ar, e sua matéria-prima pudesse ser extraída das plantas ou dos restos da gordura animal. Pois sim, este projeto existe. Estamos falando de uma nova versão de petróleo ecologicamente fabricado.
O Biodiesel é um combustível renovável para motores de ciclo a diesel, obtido a partir de uma reação entre uma matéria graxa, óleo e álcool.
Considerando que o petróleo é uma fonte de energia esgotável, foram criados outros projetos para substituir esse minério futuramente. Hoje 52% da madeira no mundo é destinada para o desenvolvimento de energia. E o biodiesel se encaixa em um desses planos, pois pode ser um gerador de energia para qualquer tipo de motor.
Esse projeto tem o incentivo do Ministério da Agricultura junto à EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que buscam uma alternativa de baratear o custo do combustível para o pequeno agricultor.
A produção da energia derivada da produção rural poderá ir desde o aproveitamento de resíduos como a gordura animal (o sebo que sobra nos frigoríficos), ao cultivo de oleaginosas como mamona, girassol e soja, passando pela biomassa florestal e animal.
Uma parceria entre o Ministério das Minas e Energia e da própria Petrobrás garante a inclusão de dois por cento de biodiesel no combustível de motores pesados, ainda este ano.
Para as cooperativas, o investimento se tornaria viável, pois necessitaria de uma usina e matéria- prima. Para se ter uma idéia, hoje uma usina de dois mil litros ficaria em torno de dois mil dólares, aproximadamente 4.306 reais, o que baratearia o custo do biodiesel em 80%, pois no produto essa porcentagem representa o gasto com a matéria-prima. Atualmente o maior mercado consumidor do biodiesel é a Alemanha. Para Frederique Rosa e Abreu, Coordenador Nacional do Projeto de Biodiesel, o único país que tem tecnologia agrícola tropical para desenvolver o projeto é o Brasil.
Com a sua experiência de engenheiro químico, Frederique afirma que "as principais regiões com potencial para desenvolver esse sistema são o nordeste e o centro oeste brasileiro. Porém, essa tecnologia pode ser desenvolvida em qualquer lugar".
Frederique e o Superintendente Federal do Ministério da Agricultura de Santa Catarina, Tarcíso Kock, estiveram em Rio do Sul onde apresentaram o projeto para a Amavi (Associação dos Moradores do Alto Vale do Itajaí). Nessa ocasião, Frederique explicou que a utilização da biomassa e de outras fontes de energ,ia além de baratear o custo de manutenção de propriedades e empresas rurais, reduziria o volume de dejetos como casca de arroz, palha de cana, esterco de galinha das agroindústrias e demais produtos.
O programa também foi apresentado para as empresas durante a Festa da Cebola. Segundo Frederique, as empresas poderiam trabalhar o projeto como forma de cooperativa, o que garantiria uma ampliação no retorno aos produtores rurais.
Pois o Governo Federal garante a compra de todo o biodiesel produzido pelos pequenos agricultores rurais que se cadastrarem no projeto.
Por Danirléia Lando
