PUBLICIDADE
CREMER2024 CREMER2024
analises

Análise da Semana: 31.ago.07


BiodieselBR - 31 ago 2007 - 16:59 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:23

Análise Semanal 31.ago.07

Olá.

Pesquisadores da Unicamp de Campinas SP, desenvolveram um novo método e um novo equipamento para conferir a qualidade do biodiesel. São passos importantes para o biodiesel no Brasil. O desenvolvimento de novos métodos e novos equipamentos associados a uma redução de custos e maior agilidade nos resultados é o que o setor está precisando. Hoje, o custo para fazer todas as análises de uma amostra de biodiesel não fica por menos que R$ 2.500,00, sendo feitas somente em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

A modernização de laboratórios em diversas universidades está sendo feita, inclusive com o apoio da ANP que está entregando cromatógrafos e outros equipamentos necessários para análise de biodiesel. Assim será possível a descentralização das análises, que poderão ser feitas nas capitais de cada estado, diminuindo custos e prazos de resultados.


Culturas anuais
A valorização do dólar nas últimas semanas empurrou o preço do óleo de soja no mercado interno para mais de R$ 1.900,00 por tonelada, dificultando ainda mais a produção de biodiesel com esta matéria-prima.

Acentua-se assim, a necessidade de buscar alternativas agrícolas para a produção de biodiesel. Dentre dezenas de plantas com potencial, algumas merecem atenção especial por parte de pesquisadores, produtores rurais e usineiros de biodiesel: as plantas de culturas anuais. A principal vantagem destas plantas é o prazo curto entre o plantio e a colheita, cerca de quatro meses.

O crambe está sendo pesquisado pela Fundação MS e Fundação Chapadão, ambas no Mato Grosso do Sul, com resultados animadores. As pesquisas indicam uma produtividade de até 1.500 quilos por hectare, grãos com teor de óleo entre 26 e 38% e um baixo custo de produção. O girassol está ganhando espaço como alternativa de safrinha no Centro-Oeste graças à sua boa produtividade e, neste ano, ao ótimo preço. Isso deixou os produtores animados para aumentar o plantio no próximo ano. Já no Rio Grande do Sul, por fatores climáticos, o girassol é plantado no mês de agosto e é chamado de girassol de primavera, colhido em dezembro. Após a colheita do girassol o produtor planta a sua safra de verão normal com soja.

Outra planta que tem chamado a atenção é o nabo forrageiro. Utilizado até agora apenas como cobertura de solo no inverno, o nabo começa a ganhar outro mercado. Em Goiás o saco de 60 quilos está valendo R$ 22,00. Seu óleo pode virar biodiesel e a torta serve para ração animal.

Estas são algumas das opções de oleaginosas, existem muitas outras como a linhaça, a canola, o gergelim, que respeitadas as condições da região e sua vocação agrícola podem fazer parte de arranjos produtivos regionais para a produção de biodiesel.


Para o alto e avante
Há mais de três décadas os principais produtos agrícolas (soja, milho, óleo de soja) viraram commodities agrícolas e passaram a ser negociadas nas principais bolsas do mundo. A principal é a Bolsa de Chicago. Em todo esse tempo é a primeira vez que os preços da soja e do seu óleo se mantêm em um patamar tão alto por um período tão longo. São onze meses, de outubro do ano passado até hoje, em que na média o preço da soja está acima dos oito dólares por bushel e o óleo de soja bem acima dos 30 centavos de dólar por libra peso.

Todas as previsões indicam a permanência destes preços em níveis altos para os próximos anos. O milho que vira etanol nos Estados Unidos, ajuda a manter o preço da soja que vira biodiesel, que ajuda manter o preço do milho. Bom para os produtores brasileiros.

Os bons preços dos produtos agrícolas impulsionam a produção de máquinas agrícolas brasileira, após alguns anos de retração nas vendas. O setor espera fechar o ano com um incremento superior a 30% em relação ao ano de 2006.

É o novo filão da agricultura energética que está impulsionando a economia no campo, trazendo desdobramentos positivos para o comércio das cidades do interior e acelerando a linha de produção das grandes indústrias agrícolas, gerando empregos também na cidade.


Soja em alta. H-Bio em baixa
Lançado pelo governo e Petrobras com toda a pompa em meio a uma grave crise do setor agrícola em 2006, o HBio deixa de ser produzido pela Petrobras. No lançamento foi visto por muitos analistas como uma maneira do governo colocar a esperança de um futuro melhor para os agricultores de soja.

Hoje a Petrobras deixa de produzir HBio porque ele dá prejuízo. Com o óleo de soja beirando R$ 1,90 o litro, a empresa não ganha dinheiro vendendo o produto final a menos de R$ 1,50. Para produzir o HBio a Petrobras adiciona 10% de óleo vegetal ao petróleo no processo industrial de produção de diesel.

Com o atual preço do óleo de soja não é mais necessário que o governo incentive o consumo do óleo de soja.


Análise anterior

25 ago

  • O embate entre as usinas de biodiesel e as distribuidoras.
  • Matéria-prima: Sebo

Mais análises...


As mais lidas da semana

1 Pinhão-manso, a inusitada opção para biodiesel

2 [Charge] Soberania dos biocombustiveis

3 Os maiores sites sobre biodiesel do mundo

4 PR: Copel investirá R$ 100 milhões em usinas de biodiesel

5 As usinas experimentais da Petrobras

6 Petrobras pára de produzir H-Bio

7 Cronograma da usina de Montes Claros

8 Agricultores brasileiros vendem biodiesel na Suíça

9 Embrapa avaliará impacto ambiental de biocombustível

10 Graça Foster deixa presidência da BR distribuidora