Graça Foster deixa presidência da BR distribuidora
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeará, na próxima semana, o ex-senador José Eduardo Dutra para o comando da estatal Petrobras Distribuidora (BR). A nomeação, segundo apurou o Valor, foi confirmada durante jantar, ocorrido na semana passada, com a presença do presidente e de governadores petistas. Na ocasião, Lula conversou sobre o assunto com o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT).
José Eduardo Dutra vai substituir, na presidência da BR, Maria das Graças Foster, indicada para o cargo pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Filiado ao PT, Dutra foi o primeiro presidente da Petrobras do governo Lula. Deixou o cargo em 2006 para se candidatar a uma vaga no Senado por Sergipe, mas perdeu a disputa. Com a nomeação, Lula quita uma "dívida" com o governador Marcelo Déda, seu amigo e hoje um dos petistas mais próximos do presidente.
Especula-se agora que Foster poderá assumir um cargo na Casa Civil, possivelmente de coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ou uma diretoria da Petrobras - há informações de que ela estaria cotada para comandar a diretoria de Gás e Energia da estatal, no lugar de Ildo Sauer. Foster é fortemente ligada à ministra Dilma Rousseff. Quando Dilma comandou o Ministério das Minas e Energia, entre janeiro de 2003 e julho de 2005, ela foi secretária de Petróleo e Gás daquela Pasta.
Para acomodar Graça Foster na Petrobras, o que se comenta também na estatal é a possibilidade de criação de uma diretoria voltada exclusivamente para biocombustíveis. Desde que chegou à BR, Foster alavancou o programa de biodiesel da distribuidora. Um cargo na Petrobras evitaria uma nova mudança para Brasília, onde ela ficaria longe da família, isto sem falar na perda salarial que teria se assumisse um cargo na administração direta.
O que também pode ser visto como um indício da possível ida de Foster para a Petrobras ocorreu na apresentação do Plano Estratégico da empresa, duas semanas atrás. Foster se sentou na mesma mesa dos diretores e gerentes da estatal. Ali, uma das novidades anunciadas pelo presidente, José Sérgio Gabrielli, foi a destinação de US$ 1,5 bilhão para o setor biocombustíveis, que pela primeira vez teve orçamento separado do setor de Gás e Energia.
Cristiano Romero
