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Análise da Semana: 26.jan.09


BiodieselBR.com - 26 jan 2009 - 16:09 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

Análise Semanal 26.jan.09

Oleaginosas nacionais
O Ministério de Minas e Energia informou no início do mês o percentual das matérias-primas utilizadas na produção de biodiesel no Brasil. A soja continua reinando absoluta. Iniciou 2008 com 78% de participação na produção de biodiesel e em novembro ultrapassou os 85%. Nesse mês foi utilizado 11% de sebo bovino e 3,7% de óleo de algodão (confira aqui a tabela). Essa variação da soja dependeu muito mais das ofertas de outras matérias-primas que efetivamente do interesse em utilizá-la.

Considerando isso, para 2009 é esperado uma inversão de tendência. O setor de biodiesel deverá estimular algumas novas matérias-primas na produção, com volumes que merecem considerações.

No Rio Grande do Sul será a canola. No ano passado a BSBios de Passo Fundo incentivou o plantio, garantiu preço e compra do produto. Com isso conseguiu adesão de produtores rurais que plantaram cerca de sete mil hectares. Para este ano a empresa pretende aumentar significativamente a área plantada. O uso da canola no biodiesel pela empresa dependerá do valor desse óleo para a indústria de alimentos.

O crambe também deve aparecer nas estatísticas da produção de biodiesel. No Mato Grosso do Sul, esta oleaginosa terá um grande aumento de área plantada na safrinha em razão da boa adaptação e produtividade alcançada nos anos anteriores e ainda pela incerteza quanto ao preço do milho. Os custos de produção do milho no Centro-Oeste chegam a ser maiores que o valor de venda do produto.

O óleo de pinhão-manso também deverá começar a ser usado para a produção de biodiesel em 2009. Os primeiros plantios realizados em 2005 e 2006 começam a produzir em volumes maiores, principalmente em Minas Gerais e no Mato Grosso. O volume não será expressivo, principalmente por falta de apoio do governo, mas deve ser maior que o de mamona.


Importação de diesel vs. biodiesel
O Ministério de Minas e Energia divulgou um relatório onde mostra que o consumo de 1,1 bilhão de litros de biodiesel no ano passado proporcionou uma redução de importação de diesel na ordem de U$ 976 milhões. Esse número não leva em consideração os ganhos indiretos, como o aumento de emprego e a movimentação de economias regionais.

Para o Brasil é interessante que a importação de diesel acabe. Por isso a tendência é que o uso de biodiesel no Brasil aumente, pelo menos até atingir o volume de diesel que é importado anualmente. Em 2008 esse valor ficou próximo dos seis bilhões de litros, com um gasto superior a cinco bilhões de dólares. Para que esse volume seja substituído pelo biodiesel será necessária uma autorização de B16.

Esse volume é muito superior ao B5 esperado para 2010 e é o montante a ser alcançado na próxima década. O B5 em 2010 já é dado como certo e as usinas já estão pensando nos anos seguintes, já que não é interessante para o setor que esse volume pare nos 5% de mistura.

Até o momento, não há manifestação oficial do governo sobre volumes acima do B5, mas está em gestação um plano envolvendo o estancamento da vazão dos bilhões de dólares anuais gastos com a importação de diesel e uma mistura maior de biodiesel. Isso porque o governo sabe que o ganho do país será muito maior que os cinco bilhões enviados ao exterior.


Canola no Paraná
O zoneamento agrícola para a canola no estado do Paraná para a safra de 2009 abre mais uma oportunidade de cultivo com garantia de financiamento e seguro para os produtores rurais. Praticamente todo o estado está apto para o plantio da canola no outono/inverno.

As usinas de biodiesel poderão agora incentivar essa cultura no Paraná com mais facilidade e diminuir um pouco a dependência da soja.

De acordo com a CONAB, o Brasil planta 31,5 milhões de hectares de soja e milho na safra de verão. Nessa mesma área são plantados na safrinha ou no inverno, 5,5 milhões de hectares de milho e 2,4 milhões de hectares de trigo. Ou seja, apenas 25% da párea agrícola de verão é utilizada com algum plantio no inverno. Sobram 24 milhões de hectares de terras prontas e aptas para receber alguma cultura de inverno.


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