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Análise da Semana: 16.fev.09


BiodieselBR.com - 16 fev 2009 - 11:15 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:08

Análise Semanal 16.fev.09

Perspectivas de crescimento do biodiesel
Desde o início do programa de produção de biodiesel brasileiro o crescimento do setor foi de pelo menos três dígitos anualmente. Em 2007 o crescimento foi de 486% e em 2008 o aumento da produção foi de 188%, sempre em relação ao ano anterior.

Para o ano de 2009 o crescimento esperado não será de percentuais tão elevados. A demora para o aumento do percentual de mistura obrigatória projeta um aumento para 2009 de pelo menos 28%. Os 3% de mistura obrigatória garantem um consumo de 1,275 bilhão de litros, considerando os 325 milhões de litros de biodiesel por trimestre estipulados pelo Ministério de Minas e Energia. Com o B4 na última metade desse ano o consumo será de 1,485 bilhão de litros.

Se o B5 tiver início em janeiro de 2010 como é esperado, a produção terá um aumento de pelo menos 41% e atingirá 2,1 bilhões de litros. Isso sem contar o aumento da demanda de diesel, que se crescer 10% até 2010, aumentaria a produção em 100% com relação a 2008 e em 55% com relação a 2009.

Todo esse crescimento do biodiesel no Brasil depende exclusivamente da vontade do governo, pois capacidade para produzir existe de sobra. O governo já deu vários sinais de que anteciparia o B4 e o B5, mas está faltando uma manifestação clara e concreta de que isso acontecerá.


Impacto do diesel e o preço do biodiesel
Mesmo com o preço do petróleo se firmando abaixo dos U$ 50 o barril durante o ano de 2009, os derivados de petróleo no mercado interno, especialmente o diesel e a gasolina, não devem sofrer redução de preços para os consumidores. O principal motivo é a necessidade da Petrobras de fazer caixa para os grandes investimentos previstos. Se houvessem concorrentes de peso a estatal teria que se mexer para não perder mercado. Além de financiar a Petrobras, o governo quer preservar o setor de biocombustíveis, especialmente o de etanol que passa por uma grande crise. Qualquer redução no preço da gasolina impactaria no preço do etanol na usina.

Para o biodiesel, a redução do preço do diesel na bomba não traria maiores problemas. O mercado ainda é pequeno, as vendas são feitas através de leilões e a mistura obrigatória. O setor de biodiesel está mais preocupado com a ANP do que com o preço do diesel na bomba, pois é ela que determina o preço máximo dos leilões. Por essa ótica, quanto mais alto o preço do diesel menor a diferença de preço com o biodiesel e menor o impacto no preço de misturas mais altas.

Contudo a manutenção do preço do diesel implica, principalmente, em não aumentá-lo. Isso significa que se autorizado uma mistura maior de biodiesel, e não for alterada a margem de lucro de nenhuma das empresas, o preço do diesel terá que subir. Seria um aumento de 2 ou 3 centavos, mas difícil de justificar em um cenário de queda de preços.

Dessa forma, quando aplicado o aumento na mistura é provável que a Petrobras diminua um pouco o preço do diesel vendido as distribuidoras e evite um desgaste do governo junto à opinião pública.


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