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[Análise] Estados que estão devendo na produção de biodiesel


BiodieselBR.com - 01 set 2008 - 15:02 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:07

Análise Semanal 01.set.08

Estados atrasados na produção de biodiesel
Três estados, grandes produtores agrícolas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná estão em débito com o programa de biodiesel brasileiro. Esses três Estados estão bem localizados e têm grande produção de grãos com ganhos de competitividade em relação aos outros.

Mas por que nesses Estados a construção de usinas não aconteceu com grande intensidade? O que levou empresários a investir em Estados como o RS, SP, GO e MT em detrimento a Estados com boas logísticas em relação aos grandes centros consumidores de São Paulo e Rio de Janeiro?

O Estado do Paraná teve a segunda usina de biodiesel comercial do Brasil. A Biolix de Rolândia foi inaugurada em 2004, antes da regulamentação do PNPB. Contudo nunca produziu regularmente. Teve problemas de produção desde o início e isso talvez tenha ajudado a afugentar industriais interessados. No Paraná em 2005 foram anunciados diversos mega projetos de grandes usinas de biodiesel que não saíram do papel. Foram anúncios que tinham intenções de buscar investidores interessados apresentando planos de negócios inconsistentes, afugentando investidores sérios. Entre os projetos apresentados sem consistência, dois merecem destaque: Um que traria girassol da Ucrânia para ser processado no Brasil e outro que produziria biodiesel com girassol vindo da Argentina. Ambos com uma logística comprometedora e por motivos mais que óbvios não saíram do papel. Atualmente no Paraná apenas a Biopar, de Rolândia, possui condições de atuar no mercado.

Diferente do Paraná, nesses primeiros anos em Minas Gerais não ocorreram anúncios de construção de usinas de biodiesel. O Estado de Minas pode ser dividido em dois, ou em duas realidades: o triângulo mineiro e o restante do estado. No Triângulo há uma agricultura mecanizada forte e competitiva, enquanto no restante do Estado a agricultura familiar é predominante. Diversos projetos de biodiesel estão em andamento no Estado, mas ainda sem produção efetiva.

No Mato Grosso do Sul as frustrações agrícolas por problemas climáticos nos anos de 2004 e 2005 podem ter comprometido o inicio de produção de biodiesel. Mesmo assim, em 2008 a Biocar em Dourados em parceria com um grupo italiano inaugurou sua usina de biodiesel, até hoje sem registro junto a ANP. A Agrenco montou uma usina verticalizada, que está pronta para uso no município de Caarapó, aguardando apenas as definições de quem assumirá o controle do grupo e talvez iniciar a produção de biodiesel colocando o Estado no mapa da produção nacional. Além dessas, uma nova usina teve financiamento aprovado pelo BNDES no mês passado, no município de Nova Andradina, nomeada Brasil Bioenergia. Deve entrar em operação em 2009.

Estes três estados tem um grande potencial, que está sendo pouco explorado. Talvez com a nova fase de expansão do setor de biodiesel esses estados sejam contemplados com usinas que façam jus ao potencial agrícola.


Conferências e Congressos
Foi realizado durante a semana passada em São Paulo, nos dias 26 a 28, o Biodiesel Congress e no dia 29 em Curitiba, a Conferência BiodieselBR. Somados os dois eventos foram quase 40 palestras que versaram sobre os mais variados temas relacionados ao setor de biodiesel.

Congressos, seminários e conferências são importantes para qualquer setor, pois os formadores de opinião, empresários e industriais se encontram, compartilham idéias, projetos e até soluções para algumas das dificuldades enfrentadas. Os problemas são discutidos, analisados e melhorados e podem servir de base para a formulação de políticas públicas por parte do governo e ajudam na formação de muitos negócios entre a iniciativa privada.


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