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Os entraves para o aumento da mistura


Edição de Abr / Mai 2012 - 19 abr 2012 - 11:36 - Última atualização em: 24 abr 2012 - 16:40

Recentemente, a Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel (Ceib) divulgou que está trabalhando com a perspectiva de utilizar uma mistura de 10% de biodiesel no diesel até 2020. Considerando o consumo de diesel projetado no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda de biodiesel com o B10 será de 7 bilhões de litros, um mercado quase três vezes maior que o atual.

A produção de biodiesel no Brasil começou com a fase facultativa, em 2006, e foram precisos quatro anos para que alcançasse o B5. Se o plano para essa evolução do programa de biodiesel se concretizar, teremos um aumento de 5 pontos percentuais nos próximos oito anos. É um cronograma conservador, que evidencia a opção do governo pela segurança. E ela se justifica.

A insegurança em relação à oferta de matéria-prima e ao preço do biodiesel é hoje o maior impeditivo para se estabelecer misturas acima do B10.

Nos próximos anos, esses dois temores podem vir a se tornar irrelevantes, seja pelo amadurecimento de novas tecnologias, como o diesel de cana, seja pela expansão da soja no Brasil. Esses elementos devem ficar mais claros antes de 2020; e se o mercado conseguir colocar nos eixos os preceitos que criaram o PNPB, como a diversificação de matérias-primas e a inclusão social, o B10 deverá chegar muito antes de 2020.

Assim, com a maturação das novas tecnologias, o desenvolvimento das matérias-primas e os postos comercializando o B10 nos próximos anos, o governo estará em uma situação muito mais confortável para ajustar a estratégia e decidir se dobra o mercado novamente.

Julio Cesar Simczak Vedana
Diretor de Redação