Metilato de sódio made in Brazil
Basf inaugura fábrica de metilato de sódio no Brasil e espera aproveitar crescimento do mercado de biodiesel
Miguel Angelo Vedana, de Guaratinguetá (SP)
O Brasil ultrapassou em 2011 a marca de 2,5 bilhões de litros de biodiesel produzido. A matéria-prima utilizada por praticamente todas as usinas foi o óleo de soja. Mas há outro material igualmente popular na produção de biodiesel que recebe pouca atenção: o metilato de sódio.
Este produto é um catalisador que, junto com o metanol (ou etanol), transforma os óleos ou gorduras em biodiesel no processo de transesterificação. A quantidade usada na reação é pequena– entre 1,5% e 3%, dependendo da tecnologia usada pela usina– mas é fundamental para a obtenção de um biodiesel de qualidade. Até 2011 quase todo o metilato consumido no Brasil vinha do exterior, o que nunca foi um problema, já que não se tem notícia de nenhuma usina que ficou parada por falta do produto. Mas em 2012 a situação será diferente.
A Basf inaugurou oficialmente a sua primeira fábrica do catalisador no Brasil no dia 6 de fevereiro, mas ela já está produzindo metilato desde outubro de 2011. Com capacidade para produzir 60 mil toneladas de metilato de sódio por ano, a unidade teria condições de suprir toda a atual demanda brasileira do produto em 2012. Mas o objetivo não é vender somente para as usinas brasileiras; as argentinas também são público preferencial para a Basf. “Investimos em uma nova fábrica para fortalecer nossa posição competitiva no mercado do biodiesel na América do Sul, que está em franco crescimento. O início das atividades produtivas dá suporte à iniciativa estratégica de trabalhar o mais próximo possível de nossos clientes, atendendo de forma eficiente e com o fornecimento local de metilato de sódio”, esclarece Stefano Pigozzi, presidente global da divisão de inorgânicos da Basf.
Esta é a segunda unidade fabril de metilato de sódio da Basf, a primeira fora da Alemanha e também a primeira com a nova tecnologia. Esse desafio de construir uma unidade com tecnologia inédita fora da Alemanha foi cumprido muito bem pelo time brasileiro. Segundo Carlos Eggers, diretor do negócio de químicos industriais para a América do Sul, “desde a primeira gota de metilato produzida nesta nova fábrica obtivemos a especificação exigida. Seria aceitável que a fábrica passasse por algum ajuste, já que é uma tecnologia nova, mas não foi necessário. Esse nível de qualidade na execução do projeto surpreendeu até mesmo os alemães”.
O investimento feito ficou próximo dos R$ 50 milhões e não deverá ser o único. “Este investimento está alinhado com a oportunidade de crescimento do mercado de biodiesel na região. E, como anunciado no ano passado, planejamos construir a segunda fábrica da América do Sul”, afirma Alfred Hackenberger, presidente da Basf no continente. A usina tem capacidade para reduzir as importações brasileiras em aproximadamente R$ 70 milhões.
Na cerimônia de inauguração, estiveram presentes vários representantes de usinas de biodiesel, e todos se mostraram bastante satisfeitos com a nova fábrica. Francisco Flores, gerente administrativo da Fiagril, considera que “o mais importante para a indústria brasileira é a garantia de se ter o produto. Quando ele é importado, podem ocorrer várias dificuldades extras, como problemas no porto ou de desembaraço, que em casos extremos param uma usina de biodiesel”. Mas os produtores querem mais do que segurança no fornecimento com a produção local. “Ter a segurança da fabricação no Brasil de um insumo tão essencial na produção de biodiesel é muito importante, mas também gostaríamos de ver reflexos no preço do biodiesel”, opina Rodrigo Guerra, secretário do Sindicato das Indústria de Biodiesel no Estado do Mato Grosso (Sindibio-MT) e presidente da Bio-Óleo.
Miguel Angelo Vedana, de Guaratinguetá (SP)
O Brasil ultrapassou em 2011 a marca de 2,5 bilhões de litros de biodiesel produzido. A matéria-prima utilizada por praticamente todas as usinas foi o óleo de soja. Mas há outro material igualmente popular na produção de biodiesel que recebe pouca atenção: o metilato de sódio.
Este produto é um catalisador que, junto com o metanol (ou etanol), transforma os óleos ou gorduras em biodiesel no processo de transesterificação. A quantidade usada na reação é pequena– entre 1,5% e 3%, dependendo da tecnologia usada pela usina– mas é fundamental para a obtenção de um biodiesel de qualidade. Até 2011 quase todo o metilato consumido no Brasil vinha do exterior, o que nunca foi um problema, já que não se tem notícia de nenhuma usina que ficou parada por falta do produto. Mas em 2012 a situação será diferente.
A Basf inaugurou oficialmente a sua primeira fábrica do catalisador no Brasil no dia 6 de fevereiro, mas ela já está produzindo metilato desde outubro de 2011. Com capacidade para produzir 60 mil toneladas de metilato de sódio por ano, a unidade teria condições de suprir toda a atual demanda brasileira do produto em 2012. Mas o objetivo não é vender somente para as usinas brasileiras; as argentinas também são público preferencial para a Basf. “Investimos em uma nova fábrica para fortalecer nossa posição competitiva no mercado do biodiesel na América do Sul, que está em franco crescimento. O início das atividades produtivas dá suporte à iniciativa estratégica de trabalhar o mais próximo possível de nossos clientes, atendendo de forma eficiente e com o fornecimento local de metilato de sódio”, esclarece Stefano Pigozzi, presidente global da divisão de inorgânicos da Basf.
Esta é a segunda unidade fabril de metilato de sódio da Basf, a primeira fora da Alemanha e também a primeira com a nova tecnologia. Esse desafio de construir uma unidade com tecnologia inédita fora da Alemanha foi cumprido muito bem pelo time brasileiro. Segundo Carlos Eggers, diretor do negócio de químicos industriais para a América do Sul, “desde a primeira gota de metilato produzida nesta nova fábrica obtivemos a especificação exigida. Seria aceitável que a fábrica passasse por algum ajuste, já que é uma tecnologia nova, mas não foi necessário. Esse nível de qualidade na execução do projeto surpreendeu até mesmo os alemães”.
O investimento feito ficou próximo dos R$ 50 milhões e não deverá ser o único. “Este investimento está alinhado com a oportunidade de crescimento do mercado de biodiesel na região. E, como anunciado no ano passado, planejamos construir a segunda fábrica da América do Sul”, afirma Alfred Hackenberger, presidente da Basf no continente. A usina tem capacidade para reduzir as importações brasileiras em aproximadamente R$ 70 milhões.
Na cerimônia de inauguração, estiveram presentes vários representantes de usinas de biodiesel, e todos se mostraram bastante satisfeitos com a nova fábrica. Francisco Flores, gerente administrativo da Fiagril, considera que “o mais importante para a indústria brasileira é a garantia de se ter o produto. Quando ele é importado, podem ocorrer várias dificuldades extras, como problemas no porto ou de desembaraço, que em casos extremos param uma usina de biodiesel”. Mas os produtores querem mais do que segurança no fornecimento com a produção local. “Ter a segurança da fabricação no Brasil de um insumo tão essencial na produção de biodiesel é muito importante, mas também gostaríamos de ver reflexos no preço do biodiesel”, opina Rodrigo Guerra, secretário do Sindicato das Indústria de Biodiesel no Estado do Mato Grosso (Sindibio-MT) e presidente da Bio-Óleo.