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Logística: Sem retorno


Edição de Jun / Jul de 2011 - 24 jun 2011 - 09:51 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 10:12
Para evitar atrasos e problemas com distribuidoras, usinas de biodiesel devem prever a devolução do biodiesel

Fábio Rodrigues, de São Paulo

Num mundo perfeito, todo biodiesel sairia das usinas e faria o caminho até o tanque dos clientes finais sem o menor contratempo. Acontece que não vivemos nesse mundo e, de vez em quando, um carregamento de biodiesel fora das especificações precisa voltar para a usina que o produziu. Para que isso não se transforme num transtorno ainda maior, as usinas precisam estar preparadas para esse tipo de contingência.

Em geral, as usinas preocupam- se em mostrar serviço na hora de carregar os caminhões das distribuidoras. Quanto menos tempo perdido, menor os custos logísticos e maior a satisfação da distribuidora. Mas as usinas não podem deixar de ter um plano igualmente bem pensado para o caso de precisarem receber de volta um carregamento problemático. No pior cenário possível, além das despesas para refazer todo o trajeto, distribuidoras e transportadoras também acabam tendo que amargar os custos de ficar com um caminhão parado vários dias enquanto a usina improvisa um jeito de descarregar o biodiesel.

Ter um plano de contingência não chega a ser complicado: basta ter os tanques e equipamentos sempre a postos para uma eventualidade. Segundo o diretor de operações da BSBios, Erasmo Carlos Battistella, é preciso ter essa necessidade em mente desde o projeto: “Quando desenvolvemos o projeto da BSBios, pensamos nessas eventualidades”.

Por outro lado, decidir de quem é a responsabilidade por uma carga de biodiesel fora das especificações pode não ser assim tão simples. Produtores, distribuidores e postos têm trocado farpas sobre o assunto desde o ano passado (Veja mais na reportagem da página 46). A verdade é que o biodiesel absorve mais umidade e por isso é vulnerável ao ataque de microorganismos. Ele também tem características químicas que levam ao aumento na formação de borra dentro dos tanques e à corrosão de certos tipos de elastômeros e metais, motivo pelo qual sua presença deve ser evitada em tanques e tubulações que tenham contato direto com o biocombustível.

BiodieselBR
apurou que essa situação tem acontecido com bastante frequência, especialmente em algumas unidades que não estão preparadas para fazer a troca da carga.