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A divisão entre as usinas de biodiesel


Edição de Abr / Mai de 2011 - 01 mai 2011 - 14:12 - Última atualização em: 19 dez 2011 - 12:56
Editorial

Os leilões 19 e 21 marcaram o setor de biodiesel e ficarão na memória das usinas por muito tempo. A lembrança é a forte queda no preço do biocombustível, destoando dos pregões anteriores.

Em setores bem estabelecidos, a redução de preço é bem-vinda, pois indica maior eficiência ao longo da cadeia. Mas não parece ser esse o caso do setor de biodiesel. No 19º leilão as usinas venderam biodiesel com um preço muito baixo e não entregaram todo o biodiesel arrematado, ficando perto do limite de 10% de inadimplência. O número até pode ser considerado bom, pois no início de 2008 a inadimplência foi de cerca de 70%.

Em abril começaram as entregas do leilão 21 e as dúvidas sobre o nível de adimplência voltaram. Já está na hora do setor transmitir mais segurança.

Nos últimos três leilões o biodiesel oscilou entre preços altos, capazes de incluir usinas ineficientes, e valores extremamente baixos, que geraram dúvidas sobre a viabilidade até mesmo para unidades verticalizadas.

Este é um sintoma de uma divisão dentro do setor produtivo, adiantando uma crise que afeta em maior proporção as pequenas e médias usinas e motivou a reportagem de capa desta edição.

As usinas precisam de uma união mais coesa, não para conseguirem melhores preços nos pregões, mas para estabelecerem objetivos comuns e lutarem para alcançá-los. Até quando as empresas produtoras vão esperar para colocar em prática um plano de ação para alcançar objetivos maiores, de médio e longo prazo? Objetivos como buscar a exportação de biodiesel, ou mudar as práticas para estimular o aumento da mistura, ou participar de discussões de alto nível envolvendo o uso de matérias-primas alternativas, ou apresentar ideias para novas formas de leilões, além de muitas outras questões que impactam não nos próximos seis meses, mas nos próximos dez anos.

A divergência no particular é saudável em um setor multifacetado como o das unidades de produção, mas não deve prejudicar os interesses maiores, comuns a todos.

Julio Cesar Simczak Vedana
Diretor de Redação