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Cinética: veja como a ANP decide o preço máximo do leilão


Edição de Abr / Mai de 2011 - 03 mai 2011 - 05:45 - Última atualização em: 19 dez 2011 - 12:56

Por Miguel Angelo Vedana

ANP: clareza e objetividade

O preço do último leilão de biodiesel gerou muita discussão no setor. Além do fato de haver dois preços máximos, as usinas lutaram por um preço mais alto, enquanto a ANP se manteve firme na posição de não alterá-lo. O que não se sabia é que o preço já havia sofrido uma mudança. Na reunião em que foi aprovado o edital, os diretores da agência analisaram os preços enviados pelos técnicos da ANP e decidiram ir contra a decisão da área técnica. Os preços enviados eram de R$ 2,26 e R$ 2,43, mas a diretoria passou por cima dos especialistas e entendeu que o preço deveria ser de R$ 2,32 e ao invés de R$ 2,26. O motivo? Os diretores explicaram que esse foi o preço nos últimos três leilões. Perceberam como a decisão do preço máximo do biodiesel é respaldada por critérios claros e objetivos?


ANP: seriedade e competência

Quando uma usina de biodiesel descumpre o edital do leilão, ela é punida pela ANP. Mas e quando quem descumpre o edital é a própria ANP? Pelo que aconteceu até agora, não há punição nenhuma. Mesmo tendo homologado o leilão com uma usina vendendo mais que o limite permitido, a ANP não dá nenhuma explicação. Será que a agência não tem obrigação de prestar esclarecimentos à sociedade sobre um leilão público que movimentou mais de 1 bilhão de reais? O setor de biodiesel e toda a sociedade esperam mais seriedade de um órgão regulador tão importante.


Fiscalização na Biocapital

A ANP pode estar se preparando para fiscalizar mais de perto algumas usinas de biodiesel. Um sinal disso foi uma reunião da diretoria da agência acontecida em fevereiro, onde foi exposto o assunto “Ação de fiscalização – Biocapital”. Existe alguma dúvida sobre a qualidade do biodiesel produzido em algumas usinas e este tipo de fiscalização acaba funcionando positivamente, de duas maneiras. Primeiro punindo aquele que está fazendo algo errado e foi pego, em seguida inibindo aqueles que estão fazendo algo errado ou pensando em fazer. Vamos aguardar para ver se alguém será punido.


Laboratórios e a qualidade

Não são só as usinas que precisam ficar atentas à fiscalização da ANP. Alguns laudos de qualidade do biodiesel não estão tendo muito credibilidade quando comparados às amostras retiradas pela Petrobras. Existe a possibilidade de que as ações de fiscalização respinguem em alguns laboratórios. Mas só precisa se preocupar quem faz coisa errada.


Mercado paralelo

Sempre se ouviu que ou uma usina vende no leilão de biodiesel ou fica três meses sem vender. Essa premissa levava em conta que os leilões eram o único caminho para conseguir escoar a produção. Contudo, muitas empresas encontraram uma alternativa. Usinas de biodiesel que vendem no leilão mas não produzem todo o biodiesel que deveriam, compram biodiesel de outras usinas e fazem a entrega para a Petrobras como se o tivessem produzido o produto. Tem usina que chega a comprar mais de 50% do que vendeu nos leilões. O limite, imposto pelos editais, seria de 10% do volume vendido. Esse mercado é tão ativo que a negociação já acontece através de corretoras.