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Novo governo: os desafios com o biodiesel


Edição de Fev / Mar de 2011 - 17 mar 2011 - 12:48 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:01
Rosiane Correia de Freitas, de Curitiba

Enquanto todos esperam a definição completa da equipe de governo e os rumos da nova administração, quem permanece no cargo vai desenhando o que pode e precisa ser feito nos próximos anos. Dentro da equipe que coordena os trabalhos do biodiesel, a rotina continuou mesmo antes de todas as definições serem tomadas – afinal, o programa não pode parar.

A BiodieselBR entrevistou em janeiro o secretário nacional de produção e agroenergia Manoel Vicente Fernandes Bertone. Embora nem mesmo ele soubesse como ficaria a formação dos ministérios, o clima era de tranquilidade: as metas continuam as mesmas do governo anterior e a política para os próximos anos deve apenas definir como atingi-las.

Para Bertone, um dos principais desafios que ainda precisam ser superados pelo governo é o estímulo ao desenvolvimento de culturas que possam servir de alternativa à soja na produção de biodiesel. Mas ele diz que não há desespero. “Não estamos tão pendurados na soja assim”, diz ele, ressaltando que há várias iniciativas do governo que já diminuem a dependência do produto. Entre as alternativas que estão sendo trabalhadas, ele destaca o esforço para aumentar a oferta de canola e de palma, além do pinhão-manso.

Sobre o perfil do novo governo, Bertone não prevê grandes mudanças. Segundo ele, uma diferença é que a presidente Dilma é “mais operacional”. “Todo mundo tem que estar mais disponível. Mas o trabalho é o de sempre. A Casa Civil era coordenada por ela mesma. A gente já está acostumado”, afirma.

Segundo o secretário, uma troca que já está causando mudanças é a entrada de Antonio Palocci. “Neste governo, a Casa Civil está adotando uma linha diferente de ação. Mas ainda não recebemos instruções do ministro Palocci”, diz. Ou seja: o momento ainda é de espera. Mas todos parecem tranquilos de que o rumo anterior continuará sendo seguido.

Apesar de um novo ministro-chefe da Casa Civil ter assumido, o coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel, Rodrigo Rodrigues, permanece no cargo. Em nota enviada à BiodieselBR, Rodrigues disse que “no âmbito do governo, no tocante aos biocombustíveis, é possível que seja elaborada proposta (projeto de lei) de uma política geral e conjunta para os biocombustíveis, envolvendo etanol, biodiesel e novas tecnologias ou biocombustíveis de terceira geração. Mas no âmbito dessa discussão, não estão sendo tratadas questões relativas a estrutura ou competências ministeriais para tratar do tema, o que não significa que não venha a ser proposta alguma alteração”.

A mudança, adianta Bertone, é a possível redução no papel da Casa Civil na coordenação do programa. No governo Lula, sob o comando de Dilma, a pasta centralizava as discussões sobre o tema. Ainda não se sabe se Palocci vai manter o mesmo sistema. Mas o secretário nacional de produção e agroenergia destaca que mesmo que exista alguma mudança, ela não deve afetar o andamento do projeto. “Cada pasta tem uma responsabilidade clara”, aponta.