B5 no diesel marítimo: sem previsão
Rosiane Correia de Freitas, de Curitiba
As empresas de distribuição de combustíveis do país se pronunciaram contra. Os fabricantes de barcos também reclamaram. E acabou que um mercado extra de 38 milhões de litros de biodiesel por ano ficou no limbo. Essa quantidade de biocombustível seria necessária para atender a adição de 5% de biodiesel no diesel marítimo. Depois de colher as opiniões sobre o assunto no fim de 2010, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu, às vésperas do início da obrigatoriedade, adiar indefinidamente a implantação do B5 no setor aquaviário.
Desde 2008, quando a adição obrigatória de biodiesel no diesel entrou em vigor, o combustível utilizado em barcos ficou de fora. Uma resolução da ANP de 2007 determinava o início do uso do biodiesel no dia 1º de janeiro de 2011. Em junho de 2010 a BiodieselBR alertou o setor sobre o tamanho do mercado que se abriria com a inclusão do biodiesel marítimo. No entanto, o assunto só ganhou repercussão quando a agência convocou uma audiência pública para discutir o assunto menos de vinte dias antes da data de início de vigência da regulação.
Preocupadas com a nova determinação, as distribuidoras de combustível se manifestaram contra a adição. “A alta higroscopicidade do biodiesel, quando este é utilizado em embarcações, aumenta a probabilidade de turbidez e potencializa a ocorrência acentuada de degradação microbiana”, aponta o diretor de abastecimento e regulamentação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Fábio Bittencourt.
O argumento principal dos que são contra a adição de biodiesel ao diesel marítimo é que todas aquelas características do biodiesel, como a formação de borras e a capacidade de absorver água, seriam potencializadas pela proximidade do combustível com o mar. Além disso, o mercado questionou a dificuldade de se atender à adição no caso de navios estrangeiros que abastecem nos portos brasileiros e que poderiam não estar adaptados ao novo combustível.
Do lado das usinas, a União Brasileira de Biodiesel (Ubrabio) defendeu a manutenção do prazo para o início da mistura. A entidade disse que era necessário que a previsão legal fosse cumprida. Para o setor, a adição também poderia contribuir para acabar com um dos problemas da distribuição do B5 no país. É que como o diesel sem biodiesel é mais barato, o desvio de combustível destinado a esse uso para venda no mercado urbano se tornou uma das formas de comerciantes menos honestos escaparem da mistura obrigatória.
Diante de tantas reclamações, a ANP decidiu adiar a implantação do B5 marítimo até que existam “condições técnico-operacionais para o uso seguro da mistura”. Na prática isso significa que não há prazo para que essas condições sejam criadas.
As empresas de distribuição de combustíveis do país se pronunciaram contra. Os fabricantes de barcos também reclamaram. E acabou que um mercado extra de 38 milhões de litros de biodiesel por ano ficou no limbo. Essa quantidade de biocombustível seria necessária para atender a adição de 5% de biodiesel no diesel marítimo. Depois de colher as opiniões sobre o assunto no fim de 2010, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu, às vésperas do início da obrigatoriedade, adiar indefinidamente a implantação do B5 no setor aquaviário.
Desde 2008, quando a adição obrigatória de biodiesel no diesel entrou em vigor, o combustível utilizado em barcos ficou de fora. Uma resolução da ANP de 2007 determinava o início do uso do biodiesel no dia 1º de janeiro de 2011. Em junho de 2010 a BiodieselBR alertou o setor sobre o tamanho do mercado que se abriria com a inclusão do biodiesel marítimo. No entanto, o assunto só ganhou repercussão quando a agência convocou uma audiência pública para discutir o assunto menos de vinte dias antes da data de início de vigência da regulação.
Preocupadas com a nova determinação, as distribuidoras de combustível se manifestaram contra a adição. “A alta higroscopicidade do biodiesel, quando este é utilizado em embarcações, aumenta a probabilidade de turbidez e potencializa a ocorrência acentuada de degradação microbiana”, aponta o diretor de abastecimento e regulamentação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Fábio Bittencourt.
O argumento principal dos que são contra a adição de biodiesel ao diesel marítimo é que todas aquelas características do biodiesel, como a formação de borras e a capacidade de absorver água, seriam potencializadas pela proximidade do combustível com o mar. Além disso, o mercado questionou a dificuldade de se atender à adição no caso de navios estrangeiros que abastecem nos portos brasileiros e que poderiam não estar adaptados ao novo combustível.
Do lado das usinas, a União Brasileira de Biodiesel (Ubrabio) defendeu a manutenção do prazo para o início da mistura. A entidade disse que era necessário que a previsão legal fosse cumprida. Para o setor, a adição também poderia contribuir para acabar com um dos problemas da distribuição do B5 no país. É que como o diesel sem biodiesel é mais barato, o desvio de combustível destinado a esse uso para venda no mercado urbano se tornou uma das formas de comerciantes menos honestos escaparem da mistura obrigatória.
Diante de tantas reclamações, a ANP decidiu adiar a implantação do B5 marítimo até que existam “condições técnico-operacionais para o uso seguro da mistura”. Na prática isso significa que não há prazo para que essas condições sejam criadas.