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O biodiesel e as perspectivas para a Macaúba


Edição de Out / Nov de 2010 - 15 out 2010 - 15:25 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 11:37
Macaúba
A macaúba saiu na frente nos resultados parciais das pesquisas do projeto Fontes Alternativas Potenciais de Matérias-Primas para Produção de Agroenergia, liderado pela Embrapa Agroenergia. O potencial é tanto que ela é considerada o dendê do cerrado. “Por possuir uma produtividade esperada de aproximadamente 5 mil litros de óleo por hectare, ela tem se mostrado uma excelente fonte para a produção de biodiesel”, diz o pesquisador Leonardo Bhering, da Embrapa Agroenergia.

Os maciços naturais em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Ceará chegam a cobrir uma área de cerca de 12 milhões de hectares, segundo o pesquisador. “Uma vez que estes maciços já existem, não é preciso esperar a maturação de novas árvores para iniciar a produção”, explica Bhering.

A falta de incentivos dificulta os investimentos nessa cultura. Ainda assim, a empresa espanhola Entaban Ecoenergéticas do Brasil Ltda, situada no município mineiro de Lima Duarte, na Zona da Mata, decidiu apostar no desenvolvimento da macaúba e investiu em um viveiro de produção de mudas. Até 2011, a empresa pretende atingir a meta de plantio de 1,5 milhão de mudas na região.

No entanto, as iniciativas para a expansão do cultivo da macaúba têm esbarrado na falta de conhecimento: não se sabe como fazer os tratos culturais básicos, não se conhece o espaçamento de plantio, não existem materiais genéticos superiores ou variedades de macaúba comerciais e, em função disso, também não há financiamento e seguro.

Já a Petrobras Biocombustível (PBio) tem duas estratégias de pesquisa com a planta. Uma delas visa o aproveitamento econômico dos macaubais nativos, num projeto iniciado há cerca de dois anos em Montes Claros (MG), em que a empresa adquire cocos da agricultura familiar para a realização de testes. A estatal também trabalha no desenvolvimento de tecnologia para extração do óleo em escala industrial, recurso que ainda não existe no mercado. Outro projeto, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), visa o mapeamento e melhoramento genético, e o desenvolvimento do sistema de produção associado às variedades. As pesquisas, no entanto, ainda estão em fase inicial.