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Entregas e retiradas de biodiesel: distribuidoras


Edição de Ago / Set de 2010 - 15 ago 2010 - 11:46 - Última atualização em: 19 jan 2012 - 12:00
Distribuidoras
Para as distribuidoras, não existe polêmica. Quem determina os pedidos de retirada de biodiesel é o mercado de diesel, explica o vice- -presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz. “O que gera demanda por biodiesel é a demanda por diesel. É o que define se a distribuidora compra mais ou menos. É uma tolerância que também existe nas refinarias. Posso pegar um pouco mais ou um pouco menos”, diz. “Ninguém consegue acertar na mosca como será esse consumo de diesel. O contrato permite que se reduza ou aumente a retirada por conta disso. Não é novidade ter isso para biodiesel. A distribuidora vai comprar de acordo com a previsão”, completa.

Seguindo essa lógica, Vaz diz que o que explica a diferença entre vendas e retiradas em 2009 é a crise econômica internacional que afetou o país e, com isso, o consumo de combustível. Ele explica que a distribuidora faz o pedido no início do mês já com base na demanda prevista de diesel. Para o Sindicom, em 2010 a entrega de biodiesel pode inclusive superar as vendas. “O mercado do diesel está aquecido, o que reflete a economia brasileira. O consumo tem crescido bem. Em relação a 2009, a demanda cresceu 13% de janeiro a maio. É um crescimento excepcional”, afirma.

Se há problemas, aponta Vaz, eles estão na outra ponta da cadeia: nas usinas. “Nos produtores menores há uma dificuldade de tempo de carregamento. Estamos conversando para otimizar esse processo, para reduzir o tempo que o caminhão fica parado para a coleta”, critica. Segundo o Sindicom, em média, o caminhão fica mobilizado por seis dias para a coleta de biodiesel. “Essa é a média em todo Brasil”, diz. “No etanol, essa média é de dois, três dias no máximo”, compara.

Além disso, as distribuidoras falam em problemas pontuais que também teriam relação com a dificuldade de cumprir os contratos integralmente. Um deles seria relacionado ao biodiesel de sebo bovino. No inverno, o produto estaria apresentando problemas e não poderia ser transportado, segundo Vaz.

“Outra questão que já é tradicional é a qualidade do B100 no inverno”, afirma o representante das distribuidoras. “Neste ano, já tivemos duas ou três ocorrências de produtos que apresentaram cristalização e tiveram que ser rejeitados pelas distribuidoras. A questão do ponto de entupimento está sendo tratada com as usinas diretamente”, afirma Vaz. Por isso, as distribuidoras querem agora que o uso de biodiesel de sebo seja restringido no inverno. Segundo ele, o sindicato está trabalhando em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) num estudo que aponta o nível máximo de sebo que poderia ser usado no biodiesel mês a mês.