As diferenças nos dados de produção, entrega e retirada de biodiesel
Diferença
Os dados da própria ANP mostram que há sim uma diferença significativa entre o total vendido nos leilões e o total efetivamente entregue pelas usinas. Em 2009, somente 95,83% dos 1,54 bilhão de litros negociados pela agência chegaram aos tanques das distribuidoras – uma diferença de 64 milhões de litros. Em 2008, apenas 71% do combustível vendido foi realmente entregue. Ou seja: de 1,047 bilhão de litros, apenas 740 milhões foram parar nos tanques.
Para mostrar o problema mais de perto, é possível analisar um leilão apenas. Pegando os dados do 16º leilão, revelados após a emissão da portaria nº 50, do Ministério das Minas e Energia, tem-se a seguinte informação: das 40 usinas que conseguiram vender biodiesel na ocasião, em novembro de 2009, foram 31 as que apresentaram diferenças entre o volume produzido e o volume entregue. Ou seja: 77,5% dos casos apresentaram discrepância; e em apenas 22,5% tudo correu conforme o esperado.
Em alguns casos, a diferença entre o vendido e o entregue foi bastante significativa. Cooperbio, Biopar (PR) e Fertibom, que aparecem no topo das usinas que mais enfrentaram disparidade, produziram, respectivamente, 1,49 milhão, 1,15 milhão e 1,15 milhão de litros de biodiesel a mais do que entregaram.
O problema inverso também existe: usinas que entregaram bem mais combustível do que produziram no período. As usinas que tiveram maior diferença, neste caso, foram Bioverde, Granol (GO) e Biocapital. A usina da Bioverde produziu apenas 45% do biodiesel entregue, o que representou um déficit de 9,6 milhões de litros. A Granol de Goiás produziu 7,7 milhões de litros a menos do que entregou; a Biocapital, 5,8 milhões de litros de biodiesel a menos.
Talvez tudo não passe de um problema na acuidade dos dados. É o caso da situação da usina da Innovatti, de Mairinque (SP), que estreou no mercado vendendo 2,16 milhões de litros no 16º leilão. A unidade não aparece nas estatísticas de produção da ANP, mas figura entre as usinas que entregaram biodiesel, com 1,87 milhão de litros entregues no primeiro trimestre. Questionada sobre o assunto, a ANP diz que o erro foi da empresa, que teria informado de maneira equivocada seus dados, o que será retificado em breve.
É claro que a culpa não é só das distribuidoras. E, nesse ponto, sobram críticas às usinas. Em 2008, por exemplo, a responsabilidade por parte da diferença entre entregas e vendas seria de usinas que tiveram dificuldades para entregar combustível em 2007. “Em 2007, nós antecipamos a entrega de 15 milhões de litros em dezembro, para cobrir a inadimplência de outras usinas”, conta Paula Regina Gomes Cadette Ferreira, diretora financeira da Granol. Segundo Paula, a empresa nunca teve problemas com o cumprimento dos contratos com as distribuidoras. “Os contratos foram cumpridos 100%. Tem faixa de desvio de 10%, mas o histórico para nós é positivo. Não houve nenhuma entrega abaixo do valor”, explica.
Consultada pela reportagem sobre o assunto, a Ubrabio afirmou que “não tem conhecimento sobre divergências na retirada do biodiesel”. “Desta forma, se existirem problemas, são casos pontuais”, afirmou a instituição em nota enviada à revista BiodieselBR. Para a entidade, “os acordos firmados decorrentes das compras e vendas nos leilões da ANP devem ser cumpridos em todos os termos contratuais por todas as partes envolvidas. Inclusive, os contratos prevêem pesadas multas para penalização dos descumprimentos.”
Os dados da própria ANP mostram que há sim uma diferença significativa entre o total vendido nos leilões e o total efetivamente entregue pelas usinas. Em 2009, somente 95,83% dos 1,54 bilhão de litros negociados pela agência chegaram aos tanques das distribuidoras – uma diferença de 64 milhões de litros. Em 2008, apenas 71% do combustível vendido foi realmente entregue. Ou seja: de 1,047 bilhão de litros, apenas 740 milhões foram parar nos tanques.
Para mostrar o problema mais de perto, é possível analisar um leilão apenas. Pegando os dados do 16º leilão, revelados após a emissão da portaria nº 50, do Ministério das Minas e Energia, tem-se a seguinte informação: das 40 usinas que conseguiram vender biodiesel na ocasião, em novembro de 2009, foram 31 as que apresentaram diferenças entre o volume produzido e o volume entregue. Ou seja: 77,5% dos casos apresentaram discrepância; e em apenas 22,5% tudo correu conforme o esperado.
Em alguns casos, a diferença entre o vendido e o entregue foi bastante significativa. Cooperbio, Biopar (PR) e Fertibom, que aparecem no topo das usinas que mais enfrentaram disparidade, produziram, respectivamente, 1,49 milhão, 1,15 milhão e 1,15 milhão de litros de biodiesel a mais do que entregaram.
O problema inverso também existe: usinas que entregaram bem mais combustível do que produziram no período. As usinas que tiveram maior diferença, neste caso, foram Bioverde, Granol (GO) e Biocapital. A usina da Bioverde produziu apenas 45% do biodiesel entregue, o que representou um déficit de 9,6 milhões de litros. A Granol de Goiás produziu 7,7 milhões de litros a menos do que entregou; a Biocapital, 5,8 milhões de litros de biodiesel a menos.
Talvez tudo não passe de um problema na acuidade dos dados. É o caso da situação da usina da Innovatti, de Mairinque (SP), que estreou no mercado vendendo 2,16 milhões de litros no 16º leilão. A unidade não aparece nas estatísticas de produção da ANP, mas figura entre as usinas que entregaram biodiesel, com 1,87 milhão de litros entregues no primeiro trimestre. Questionada sobre o assunto, a ANP diz que o erro foi da empresa, que teria informado de maneira equivocada seus dados, o que será retificado em breve.
É claro que a culpa não é só das distribuidoras. E, nesse ponto, sobram críticas às usinas. Em 2008, por exemplo, a responsabilidade por parte da diferença entre entregas e vendas seria de usinas que tiveram dificuldades para entregar combustível em 2007. “Em 2007, nós antecipamos a entrega de 15 milhões de litros em dezembro, para cobrir a inadimplência de outras usinas”, conta Paula Regina Gomes Cadette Ferreira, diretora financeira da Granol. Segundo Paula, a empresa nunca teve problemas com o cumprimento dos contratos com as distribuidoras. “Os contratos foram cumpridos 100%. Tem faixa de desvio de 10%, mas o histórico para nós é positivo. Não houve nenhuma entrega abaixo do valor”, explica.
Consultada pela reportagem sobre o assunto, a Ubrabio afirmou que “não tem conhecimento sobre divergências na retirada do biodiesel”. “Desta forma, se existirem problemas, são casos pontuais”, afirmou a instituição em nota enviada à revista BiodieselBR. Para a entidade, “os acordos firmados decorrentes das compras e vendas nos leilões da ANP devem ser cumpridos em todos os termos contratuais por todas as partes envolvidas. Inclusive, os contratos prevêem pesadas multas para penalização dos descumprimentos.”