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Cartas do Leitor - edição 18


Edição de Ago / Set de 2010 - 15 ago 2010 - 11:33 - Última atualização em: 22 dez 2011 - 17:27
Cinética: A luta não deve ser pelo B10

Excelente artigo. Realista e objetivo. Um resumo lúcido do biodiesel no Brasil.
Cardoso Filho

Nós é que pagamos. Qualquer que seja o preço do biodiesel, este é repassado de forma imperceptível no preço do diesel para nós, os otários. Ninguém reclama! Nenhum político!
Hernani de Sá


Palmáceas

As pesquisas da Embrapa com as quatro espécies de palmáceas produtoras de óleo (babaçu, tucumã, inajá e macaúba) são o caminho que levam ao futuro do biodiesel. É possível aproveitar o que já existe de modo nativo, com a prática do extrativismo, assim como desenvolver melhorias genéticas e consorciar com outras cultivares, mesmo que exóticas, como o crambe, a moringa, a palma ou mesmo o coco-da- -baía, que pode ser cultivado em qualquer região do Nordeste e em alguns locais do Pará. Importante também será a escolha do local onde investir nos cultivos. Áreas como o nordeste, sul e sudeste do Pará e fronteiras dessas regiões com o Maranhão e o Tocantins possivelmente são ótimas áreas para investir nessas oleaginosas, pois certamente não falta chuva, sol e terra.
José David de Menezes


Mamona

A mamona para fazer biodiesel é o maior absurdo que já vi. O óleo de rícino tem inúmeras outras aplicações nobres. Ele pode ser usado na fabricação de tintas e isolantes, serve como lubrificante para a aeronáutica, é base na manufatura de cosméticos, de drogas farmacêuticas e de vários produtos industriais. É um óleo bastante estável, inclusive em relação à oxidação. Ao contrário de outros óleos vegetais, que perdem viscosidade em altas temperaturas e se solidificam em baixas temperaturas, o de mamona não muda as suas características com variações bruscas de temperatura, razão do seu imprescindível emprego na aviação. Produz biolubrificantes altamente resistentes, com melhores características que os derivados do petróleo, podendo os veículos ultrapassar os 50 mil quilômetros sem troca de óleo.
Theomar Soledade


Mercado da soja

Nas safras 2005, 2006 e 2007, o Brasil produziu mais de 5,5 milhões de toneladas de óleo de soja. Graças a Deus que surgiu o biodiesel para consumir um produto que era excedente. É ilusão dizer que hoje em dia esmagamos 10 milhões de toneladas de soja para fazer biodiesel. É uma meia verdade. Nós exportávamos o óleo de soja por preço vil, abaixo de US$ 90 por barril de 159 litros, e importávamos óleo diesel por preço superior a US$ 90 por barril. Calculado para toneladas, nosso óleo em 2005/2006 era exportado por reles US$ 65 por barril. Ainda hoje importamos óleo diesel devido à nossa falta de capacidade de refino de óleo pesado. Exportamos esse petróleo, somos “auto-suficientes” de fachada apenas. Exportávamos quase 2,5 milhões de toneladas de óleo de soja. Portanto, bastou reduzir a exportação para ter óleo suficiente para o biodiesel, e com este adicional de consumo a soja adquiriu um preço mais condizente no mercado todo. É ridículo comparar óleo de soja com petróleo. Soja é muito mais nobre. O consumo brasileiro era de 3 milhões de toneladas naqueles anos e está atualmente em 5 milhões de toneladas. Nossa produção de óleo só não é maior do que as 6,35 milhões de toneladas atuais por causa da Lei Kandir, que privilegia a exportação do grão in natura em vez dos produtos manufaturados.
Telmo Heinen
Formosa - GO