Cinética: Mais itens; Leilões em 2011; Mercado livre; Disputa acirrada
Por Miguel Angelo Vedana
Mais itens
Apesar de ter causado transtornos apenas para as
pequenas usinas de biodiesel sem o selo, o leilão
eletrônico deve mudar. As mudanças não causarão
euforia, pois o leilão continuará sendo eletrônico.
A idéia que norteia a mudança é dar mais espaço
exatamente para as prejudicadas no último leilão.
Segundo a proposta, o certame passaria a ter mais
itens de volume menor para dar mais opções para as
pequenas usinas. Essa mudança deve vir já no 18º
leilão da ANP. O único problema dessa fórmula é a
duração do certame. Com 88 itens, o leilão demorou
dois dias para terminar; com mais itens, podem
ser necessários quatro dias para finalizá-lo.
Leilões em 2011
Outra mudança estudada mas que deve levar mais
tempo para se concretizar é a introdução das distribuidoras
nesse processo de compra. A forma como
esse leilão seria realizado ainda está em estudo, mas
seria um grande passo em direção a um mercado
mais livre.
Não confundir
O governo federal, através do programa de biodiesel,
incentiva o pequeno produtor rural e não o
pequeno produtor de biodiesel. Tem gente fazendo
confusão. Hoje a meta do governo é encontrar
meios de diminuir o preço do biodiesel.
Skype
Uma nova versão do programa Skype, utilizado para
conversas entre pessoas e empresas, deve ser lançada
a tempo do próximo leilão de biodiesel. Mesmo
com as mudanças, o programa não será à prova de
interceptações.
Mercado livre
Quando em 2008 o ex-presidente da Brasil Ecodiesel
José Carlos Aguilera defendia a adoção imediata do
mercado livre de leilões, os donos das outras usinas
não entendiam qual seria a vantagem da Ecodiesel,
já que a localização das unidades nunca foi um dos
seus pontos fortes. Agora que a empresa perdeu o
selo social de duas usinas operantes fica mais fácil
ver os benefícios que ela teria com o mercado livre.
E deve haver mais motivos ainda não conhecidos, ou
então Aguilera anteviu a perda do selo com muita
antecedência.
Disputa acirrada
Com a retirada do selo de quatro usinas – duas da
Ecodiesel, a da CLV e uma da Agrenco (MT) –, o MDA
deixou mais pesada a cruz das usinas pequenas e sem
selo. Como essas unidades não poderão participar do
primeiro lote, a oferta no segundo lote deve aumentar
em mais de 107 milhões de litros. Em comparação, a
oferta total desse mesmo lote no leilão 17 não chegava
nem a 60 milhões de litros.
Além disso, a disputa entre as empresas com selo
também será maior. É quase certo que participem
desse lote as usinas da BSBios/Petrobras (PR) e Olfar
(RS), e talvez as usinas da Caramuru de Ipameri (GO)
e Camera (RS). Com toda essa oferta extra, muitas usinas
não conseguirão vender o almejado no lote com
o selo e concorrerão junto com as usinas sem o selo.
Fica difícil imaginar o tamanho do deságio nesse lote.
O único alento nessa situação toda é que é improvável
que a usina da Agrenco esteja finalizada e com
todas as autorizações prontas até o início do leilão. A
companhia informou que tem como meta concluir a
obra até 30 de junho de 2010.
Um lembrete: mantida a fórmula do 17º leilão, as
usinas têm que estar com a documentação pronta no
começo de maio.