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Óleo vegetal refinado


BiodieselBR.com - 19 fev 2007 - 10:22 - Última atualização em: 09 nov 2011 - 19:10
Alice Duarte, de Curitiba

Com uma reação química entre óleo vegetal, catalisador e álcool se obtém o tão conhecido biodiesel, um substituto renovável do óleo diesel, apto a ser usado (em percentuais regulamentados) em qualquer motor de ciclo Diesel. Mas há quem defenda outro caminho para o primeiro ingrediente dessa lista e queira abastecer veículos pesados só com o óleo vegetal.

O projeto de lei 81/2008, de autoria do senador Gilberto Goellner (DEM/MT), quer regulamentar a comercialização e o uso do óleo vegetal refinado como combustível para veículos de transporte público urbano, máquinas agrícolas e no transporte de produtos e insumos agropecuários e florestais. Caso seja aprovado em decisão terminativa na Comissão de Infra-estrutura do Senado Federal, o projeto seguirá diretamente para votação na Câmara dos Deputados.

O uso direto do óleo vegetal refinado é possível com a instalação de um dispositivo nos veículos, como já é feito em diversos países, como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Garantia para esse tipo de combustível já é uma realidade na Alemanha. A fabricante de motores Deutz AG lançou em 2007 uma linha de tratores com garantia de dois anos (ou 2 mil horas), desde que o óleo vegetal atenda aos requisitos da norma DIN V 51605.

O senador Goellner propõe que a ANP adote essa norma como referência, restringindo inicialmente o uso direto do óleo refinado a frotas cativas. O gabinete do senador informou que foram realizados testes em laboratórios na Alemanha – e confirmados pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) – que comprovam que o óleo de soja refinado produzido no Brasil atende integralmente a norma DIN V 51605. Óleos refinados de girassol, algodão, milho e canola produzidos no Brasil também atenderam a norma. Porém, esses óleos mais nobres não seriam recomendados por causa do elevado custo.

Montadoras de tratores, caminhões, ônibus e de grupos geradores no Brasil já estão trabalhando em programas de testes com o uso de kits europeus – embora se pense no desenvolvimento de fornecedores nacionais. A mais recente notícia nessa área é o projeto desenvolvido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) em parceria com a montadora Fiat para adaptar e certificar motores a diesel para o uso de óleo vegetal.

O principal argumento em defesa desse projeto é a redução nos custos da produção agropecuária. No Mato Grosso, o produtor de soja paga pelo diesel R$ 2,10/litro, mas ele poderá ter para si o óleo refinado ao custo de R$ 1,10/litro – preço também muito inferior ao valor do biodiesel comercializado no último leilão, de R$ 2,33/ litro. Considerando que o diesel representa 30% do custo de produção da soja, uma economia de 50% no custo do combustível equivale a uma redução de 15% no custo de produção do grão. Não é um percentual que se deva ignorar, principalmente na produção e exportação de uma commodity como a soja.