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Pinhão-manso: O que vem por aí?


BiodieselBR.com - 24 nov 2009 - 15:50 - Última atualização em: 20 jan 2012 - 11:22
Apesar de recentes, as pesquisas sobre a jatropha já trazem resultados parciais promissores e inovações tecnológicas muito bem-vindas, mas ainda será preciso muito trabalho para fazer desta matéria-prima uma alternativa à soja

Cinthia Gomes, de São Paulo

Apenas cinco anos se passaram desde o início do desenvolvimento das pesquisas com o pinhão-manso no Brasil. Por se tratar de uma cultura perene, esse tempo ainda é curto para resultados definitivos, mas suficiente para se conhecer alguns mitos e verdades e, principalmente, continuar a apostar na entrada da oleaginosa no mercado de biodiesel. As principais questões a serem respondidas pela pesquisa são a melhoria genética para o aumento da produtividade (mais cachos por pé e teor de óleo da semente) e para a obtenção da maturação homogênea dos frutos, objetivando a mecanização e a redução dos altos custos de mão-de-obra com a colheita, além da desintoxicação da torta para seu aproveitamento como ração animal. “O agricultor necessita conhecer os fundamentos básicos e receber uma assistência técnica durante a poda, colheita, manejo e trato, especialmente no tratamento preventivo e corretivo das pragas e doenças”, afirma Mike Lu, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão-Manso (ABPPM).

A Embrapa e o Instituto Fazenda Tamanduá (IFT) – dois dos maiores centros de pesquisa a realizarem estudos sobre a Jatropha curcas L. no país – começaram os trabalhos na mesma época, entre 2004 e 2005. A partir de 2008, a Embrapa iniciou um projeto mais amplo, que investiga toda a cadeia produtiva da planta, do melhoramento genético e o desenvolvimento do sistema de produção a estudos sócio-econômico-ambientais e melhoria de processos agroindustriais (aproveitamento de resíduos e qualidade do óleo). O coordenador do Programa de Pesquisa sobre Pinhão-Manso da Embrapa, Bruno Laviola, afirma que ainda é necessário um período de mais dois a cinco anos para a obtenção de resultados mais conclusivos. Mas já há resultados parciais, que não dependem do tempo para serem conhecidos. “As características físico-químicas do óleo do pinhão-manso são altamente favoráveis para a produção de biodiesel. É um dos melhores óleos para esse fim”, atesta. Lembrando que essa característica do óleo da planta já é conhecida há muito tempo.