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Diesel renovável: Craqueamento


BiodieselBR.com - 02 dez 2009 - 15:55 - Última atualização em: 20 jan 2012 - 11:17
Pesquisadores e empresas continuam estudando uma forma diferente de obter diesel renovável a partir de óleos vegetais ou gorduras animais. Resta saber se o método vai conseguir sair do laboratório

Rosiane Correia de Freitas, de Curitiba

O diesel mineral ganhou nos últimos anos um concorrente inesperado: o biodiesel, que hoje cresce cada vez mais e ocupa a cada ano uma parcela maior dos tanques de combustíveis de caminhões e outros veículos Brasil afora. Agora, porém, um novo concorrente desponta. É um outro combustível que, embora não possa ser chamado oficialmente de biodiesel, já que não segue os padrões estabelecidos no país, é igualmente renovável e baseado em produtos de origem orgânica. Trata-se de um diesel que, por enquanto, ainda está apenas na cabeça de pesquisadores e em laboratórios de empresas e universidades, mas que pode se transformar em mais uma forma de produzir combustíveis.

Esse “outro diesel” é diferente do biodiesel tradicional principalmente em um aspecto: a forma de obtenção. Enquanto no método tradicional a fórmula passa pela conhecida transesterificação (reação química entre óleo vegetal ou animal e álcool, na presença de um catalisador), no novo modelo a reação básica é movida a calor. É uma adaptação do modelo historicamente usado para a obtenção do diesel mineral – o craqueamento. “Não é uma idéia nova. Já se pesquisa a produção de diesel renovável por craqueamento há tanto tempo quanto se estuda a transesterificação”, diz o pesquisador Hélio Fernandes Machado Júnior, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

No caso do diesel mineral, o craqueamento é feito com base no petróleo. Esquenta-se o óleo mineral pesado até 500ºC ou 600ºC, em alguns casos adiciona-se um catalisador e espera-se o resultado. No final, obtém-se três frações de combustíveis diferentes. Formam-se o diesel, uma porção de gasolina e uma terceira parte de gás.

A dúvida é: como é possível adaptar esse processo para óleos de origem vegetal e animal? A resposta está sendo avidamente procurada em universidades do país, de norte a sul. Do Rio de Janeiro ao Pará, passando por Brasília, com uma parada estratégica na sede de uma das maiores companhias químicas e petrolíferas do mundo, a Petrobras.

Por enquanto, os pesquisadores lutam contra vários desafios ao mesmo tempo. É preciso descobrir a melhor maneira de fazer a reação, tornar o processo economicamente viável e ainda provar para as fontes de financiamento que a idéia é boa e merece receber os recursos necessários. Vejamos o que se conseguiu até o momento.