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Ubrabio: Biodiesel metropolitano - Questão de tempo


BiodieselBR.com - 01 set 2007 - 12:44 - Última atualização em: 13 mar 2012 - 17:09
Por Juan Diego Ferrés

A implantação de um padrão de combustível mais limpo e ecologicamente mais aceitável nas regiões metropolitanas do país, além de se tratar de um avanço inequívoco em nossa matriz energética, passa a ser uma questão de saúde pública.

Hoje, transcorrida a primeira década do novo milênio, é quase unanimidade entre os especialistas que o que vem sendo explorada é a segunda metade das reservas de petróleo, a fonte primária dos velhos combustíveis fósseis. Como o ritmo de exploração e consumo subiu nas últimas décadas de forma quase exponencial e nada indica que o mundo poderá abrir mão de produzir energia para suas necessidades, urge avançarmos nas outras fontes.

É impossível haver um ponto exato de transição, um momento em que as reservas de petróleo se esgotam e depois do qual se inicia imediatamente a produção de outras formas de energia para substituir todo o petróleo. A transição, como sugere a própria palavra, é um processo. A troca, ou substituição, da matriz energética tem que ser feita ao longo de um tempo para que não haja ruptura nem uma descontinuidade na oferta e no consumo.

O Programa Nacional de Produção de Biodiesel (PNPB) colocou o Brasil na vanguarda das novas soluções. A recente implantação do B4 – adição de 4% de biodiesel ao óleo diesel de petróleo – e a capacidade de nossa indústria para já assumir o B5, previsto apenas para o próximo ano, representam somente o início de uma guinada rumo ao futuro.

A União Brasileira de Biodiesel (Ubrabio) sustenta que chegou o momento de o Brasil avançar ainda mais. Temos tecnologia, temos capacidade e temos necessidade de evoluir. Por isso já apresentamos, num recente encontro com a Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados, a proposta de implantação do Biodiesel Metropolitano B20, com adição de 20% de biodiesel ao óleo diesel tradicional. A novidade valeria para as principais e maiores regiões metropolitanas do país.

A receptividade dos parlamentares foi a mais animadora possível. O apoio à idéia foi explicitado na própria reunião pelo coordenador da Frente, deputado Zequinha Sarney, e outros deputados preocupados com a questão energética.

Como decorrência dessa boa receptividade, o deputado Mendes Thame imediatamente elaborou um projeto de lei para implantar o Biodiesel Metropolitano B20. O projeto já foi protocolado na Câmara antes do recesso parlamentar de julho, e há todo o interesse por parte da Frente Ambientalista de que ele tramite rapidamente a partir do segundo semestre. Pela proposta do deputado, já em 2010 as regiões metropolitanas brasileiras seriam abastecidas com uma mistura na proporção de 10% de biodiesel, o B10, chegando aos 20% (B20) em 2013.

A aprovação do projeto de lei não se trata apenas de um avanço, que é inexorável, rumo ao maior aproveitamento de um combustível renovável. Representa também maiores cuidados com a saúde da população, já que 20% de biodiesel nos motores representa uma redução significativa de emissões de partículas poluentes e nocivas ao ser humano.

O biodiesel, além de renovável, é muito mais limpo. Em várias de nossas grandes cidades, a incidência de doenças respiratórias causadas pela má qualidade do ar é crescente. Justamente por isso, repetimos: temos tecnologia, temos capacidade e – também por uma questão de saúde pública – temos necessidade de evoluir.

O B20 Metropolitano é uma questão de tempo. Esperamos que de pouco tempo.

Juan Diego Ferrés, sócio e diretor da Granol Indústria, Comércio e Exportação S/A, é Presidente do Conselho Superior da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio). A entidade, criada há dois anos, atua como interlocutora do governo em nome da cadeia produtiva do biodiesel.