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Comercialização: Releilão de biodiesel


BiodieselBR.com - 30 set 2009 - 15:10 - Última atualização em: 20 jan 2012 - 11:30
Não menos importantes que os conhecidos leilões de compra de biodiesel, os leilões de venda para as distribuidoras permitem que o combustível chegue ao consumidor final, garantindo também a fiscalização do uso do B4 no país. Mas o sistema ainda não consegue resolver o problema da logística, que ainda é pesada no país

Rosiane Correia de Freitas, de Curitiba

Colocar para funcionar algo tão grande e complexo como o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), ainda mais levando em conta o tamanho continental do Brasil, não é nada fácil. É preciso bolar solução para todo tipo de problema: que matéria-prima usar, qual a logística envolvida, como incentivar a produção, como determinar o momento certo de aumentar a porcentagem do novo combustível no diesel e assim por diante... Conforme o programa vai se desenvolvendo, aparecem empecilhos inesperados em cada um desses pontos.

Entre as questões que o governo precisou definir ao introduzir o biodiesel na matriz energética brasileira estavam o sistema de comercialização e a logística. Como fazer com que o óleo chegue das usinas produtoras de todo o país até o tanque de combustível de cada motorista? E embora seja um problema bastante complexo, é possível dizer que está bem solucionado – ou pelo menos é isso o que dizem as partes envolvidas no processo.

A primeira metade do caminho é a mais conhecida. Trata-se dos leilões de aquisição de combustível, que são realizados periodicamente pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) e que têm como compradores únicos a Petrobras e Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). As usinas de todo o país se credenciam e oferecem a sua produção. Quem dá os melhores preços consegue emplacar a venda. Mas é claro que as usinas não vão levar o que produzem para depósitos públicos. A logística não faria sentido, mesmo porque não é a Petrobras que fará toda a distribuição. É preciso fazer o envio desse material de forma mais inteligente.

É aí que entram os releilões de biodiesel – e embora esse processo seja muito menos conhecido do que a compra de combustível feita pela estatal, é igualmente importante para que o programa como um todo funcione. A combinação de preço justo, distribuição por meio de empresas confiáveis, logística e prazo precisa estar bem formatada para que ninguém saia perdendo.

Funcionamento
Os releilões de biodiesel são feitos periodicamente, a cada trimestre, e cada um dura três dias. O combustível comprado pelo governo no leilão é dividido em lotes e oferecido a todas as distribuidoras habilitadas. A partir daí, via internet (no site da Petronect, em www. petronect.com.br) os lances são ofertados, em formato de pregão eletrônico. Quem arremata o lote se encarrega de buscá-lo na usina e redistribuí-lo para seus clientes. Para que tudo funcione bem, no entanto, alguns cuidados têm de ser tomados. A precaução número um é ter certeza de que as empresas distribuidoras vão ter a capacidade de levar todo o combustível que comprarem. Por isso a regra atual dentro do mercado é de que os compradores têm um teto máximo de aquisição. O valor corresponde ao total adquirido no releilão anterior acrescido de 10%, para que a empresa possa crescer com o tempo.

“A cota máxima de volume que podem adquirir em cada lote é compatível com o marketshare (fatia de mercado) delas na região em questão”, afirma Guilherme Paiva de Andrade, coordenador de Mercado e Gestão de Processos de Biocombustíveis da Petrobras Distribuidora.

“O leilão parte de um preço mínimo e de acordo com o interesse das distribuidoras, normalmente orientadas pela logística (custo de frete), ocorrem as disputas e os lances”, explica Carlos Henrique Brandão Meira, um dos diretores do Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis (Brasilcom).