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Gerhard Knothe: A invenção do biodiesel


BiodieselBR.com - 24 abr 2007 - 12:50 - Última atualização em: 23 jan 2012 - 09:25
Revista BiodieselBR De acordo com seu livro, o relato do primeiro biodiesel produzido no mundo foi o do pesquisador belga G. Chavanne, pela patente belga número 422.877, em 1937. No entanto, depois disso, muitas patentes de biodiesel foram concedidas, inclusive a um pesquisador brasileiro, em 1980. Por que tantas patentes acabam saindo para o mesmo combustível?

Gerhard Knothe
Muitas delas lidam com detalhes técnicos do processo de produção ou com catalisadores. No entanto, o princípio básico da produção de biodiesel a partir de óleos e gorduras permanece o mesmo.

Chavanne foi então o inventor do biodiesel?

Gerhard Knothe Não no sentido da obtenção de ésteres, porque a reação química para produzir ésteres já era conhecida na época. O que era inédito então era o conceito, mais especificamente a transesterificação de um óleo vegetal para seu uso como combustível. Essa patente foi o primeiro documento tratando do uso de ésteres como combustível que eu pude encontrar, mas com isso não quero excluir totalmente a possibilidade de que alguma referência anterior permaneça oculta em algum lugar da literatura.

A transesterificação é o processo mais usado no mundo para a produção de biodiesel. Que outros processos existem e que poderão ser competitivos no futuro?

Gerhard Knothe Para se obter o que conhecemos como biodiesel a partir de um óleo ou gordura, o processo de transesterificação é necessário, independentemente de quaisquer modificações que venham a ser feitas. Outros processos podem ser utilizados para produzir combustíveis, mas nesses casos não teremos biodiesel. Matérias-primas não-lipídicas combinadas com outros processos podem levar à produção direta de ésteres, mas essa é outra questão.

Dentro de sua área de pesquisa, quais são os principais entraves para o crescimento do biodiesel no mundo?


Gerhard Knothe Os aspectos econômicos e de suprimento são pontos essenciais, além de problemas técnicos como fluxo a baixas temperaturas e estabilidade à oxidação.

O senhor se refere ao fato do biodiesel custar mais caro que o diesel?

Gerhard Knothe
Sim. Este é sempre um fator importante.

Quanto ao fluxo a baixas temperaturas, o que poderia ser feito? Quais são as alternativas?


Gerhard Knothe Há várias abordagens, como o uso de aditivos, adaptação do motor para uso no frio, utilização de outros ésteres que não o metanol ou de matérias-primas com diferente composição. Mas, por enquanto, nenhuma dessas soluções por si só resolve o problema, seja porque elas nem sempre são suficientemente eficazes ou devido às outras questões mencionadas, sendo que elas ainda podem apresentar outros problemas. Em misturas, o problema do fluxo a baixas temperaturas geralmente não é tão grave, embora também haja relatos de problemas nesses casos.