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Fertibom: Versatilidade e oportunidades


BiodieselBR.com - 04 mai 2007 - 10:00 - Última atualização em: 23 jan 2012 - 09:26


Versatilidade

A planta industrial da Fertibom permite que diferentes oleaginosas e também gordura animal sejam utilizadas como matérias-primas para a produção de biodiesel, fato que confere versatilidade ao projeto. “Atualmente, utilizamos o óleo de soja em função de sua disponibilidade no mercado. Mas já produzimos usando gordura animal como matéria-prima, por exemplo”, conta o diretor. A soja utilizada na fabricação chega de diferentes regiões do país, em especial do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. O processamento da oleaginosa para a obtenção do óleo, no entanto, não é feito na indústria.

Todo o parque industrial da Fertibom tem 70 mil metros quadrados, onde trabalham cerca de 50 funcionários. A capacidade de produção da usina de biodiesel é de 200 mil litros por dia e a capacidade autorizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é de 117 mil litros diários, o que dá 42 milhões de litros/ano para 360 dias de operação. “Esperamos que essa capacidade ociosa deixe de existir assim que a demanda aumentar no país. Estamos prontos para a chegada do B4 e do B5”, assegura Martins.

Ao longo de 2006, ano em que a empresa começou a entregar biodiesel para a Petrobras, a Fertibom produziu, segundo as estatísticas da ANP, 362 mil litros de biodiesel. No ano seguinte, a produção subiu significativamente e alcançou os 4,5 milhões de litros. Em 2008, marco da demanda obrigatória, o total fabricado pela empresa chegou aos 16,3 milhões de litros, mesmo com uma interrupção na produção entre janeiro e maio. “Paralisamos a produção e ficamos aguardando melhores condições, melhores preços no setor”, explica o diretor.

Para este ano, de acordo com ele, a empresa está pronta para trabalhar conforme a demanda do mercado. Para cumprir os contratos já fechados, devem ser entregues 12 milhões de litros de biodiesel até o mês de junho. Em janeiro, segundo a ANP, 1,5 milhão de litros do biocombustível foram fabricados pela Fertibom. E se tudo correr conforme o programado, a expectativa é de que a indústria encerre o ano de 2009 com uma produção entre 30 e 40 milhões de litros, mesmo trabalhando com capacidade ociosa.

Atualmente, a Fertibom fabrica, além do biodiesel Biomax, o fertilizante foliar Super-S; barras pulverizadoras, que são usadas na aplicação de defensivos; fertilizantes líquidos; um sanitizante orgânico, chamado Biobom; e o Glyceritex Kit, um conjunto de reagentes que permite a análise da quantidade de glicerina presente no biodiesel. O kit pode ser usado, por exemplo, por produtores do biocombustível que desejam avaliar a qualidade da produção e também por compradores e distribuidores de biodiesel, para que possam checar se o produto está dentro das especificações solicitadas.


Oportunidades

O setor de biodiesel, segundo Martins, evoluiu de forma rápida e consistente no Brasil. “Não vejo gargalos no sistema, vejo oportunidades. O crescimento consolidado das indústrias mostra que houve uma vitória significativa, mas é claro que ainda existem possibilidades que podem ser exploradas. O Brasil precisa aproveitar as oportunidades, é um país com boas condições climáticas, com terras agricultáveis disponíveis. É preciso instalar arranjos produtivos e incentivar a produção de oleaginosas também entre agricultores familiares”, avalia.

Ele afirma ainda que a empresa, que possui o Selo Combustível Social, desenvolve um arranjo produtivo com produtores familiares da região de Catanduva para o cultivo do amendoim. “Temos oferecido apoio ao plantio e à preparação do solo. Essa é uma parceria que tem dado certo”, destaca.

Apesar das preocupações generalizadas de empresários de diferentes setores com os efeitos da crise financeira que começou nos Estados Unidos e se alastrou pelo mundo, Martins mantém o otimismo e revela que os planos da Fertibom estão mantidos. “O setor pode contribuir muito para o desenvolvimento do Brasil. O biodiesel pode ser uma solução nesse cenário de crise”. Ele completa o raciocínio dizendo que o mundo inteiro espera que os biocombustíveis resolvam parte do problema ambiental existente e que isso é uma grande chance de expansão. “O Brasil precisa fazer a lição de casa, precisa de uma logística adequada para o escoamento da produção de biodiesel se quiser estar pronto para as demandas do mercado internacional, que serão cada vez maiores”, avalia.