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Óleo de cozinha: Programas estaduais


BiodieselBR - 19 jan 2009 - 18:18 - Última atualização em: 23 jan 2012 - 10:27

Estado

Subindo um degrau, temos o governo estadual do Rio de Janeiro e o Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove). O projeto nasceu no começo de 2007, época em que o atual ministro, Carlos Minc, ainda ocupava a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. De forma resumida, o Prove é um aglomerado de aproximadamente 20 cooperativas de catadores que conta com apoio governamental para trabalhar com os OGRs.

“O Prove surgiu de um acordo entre o governo do Estado, a Refinaria de Manguinhos e diversas cooperativas. A idéia era que esse óleo fosse para a produção de biodiesel, mas os catadores têm o direito de vender o óleo a quem pagar melhor”, explica a assessora técnica da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), Carmen Lucarini, que acompanha o programa desde sua fundação.

De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis (Febracom), Jorge Neves, o baixo preço oferecido por Manguinhos levou muitos catadores a venderem seu óleo para fábricas de sabão, indústrias de cosméticos e de ração animal. “Quando o contrato com Manguinhos foi fechado eles estavam pagando R$ 0,60 por litro contra um preço de mercado de R$ 0,90 o litro. No pico, a gente chegou a vender o óleo a R$ 1,30, agora baixou um pouco e está em R$ 1,10”, relata Neves, explicando como o biodiesel se tornou menos relevante no programa.

Segundo Carmen, o Prove enfrenta impasses bem mais sérios e imediatos do que fomentar a produção de biodiesel. “O programa está meio desarticulado, mas, conforme se torne mais rentável, esperamos que as cooperativas demonstrem mais interesse”, declara, acrescentando que a Serla planeja doar equipamentos e ceder dois furgões (por um ano) para tentar dar novo estímulo às atividades. Contudo, ela assume que essas doações são complicadas. “Há o dilema de como fazer os cooperados trabalharem de forma colaborativa e assumirem a responsabilidade sobre o negócio. Você precisa oferecer algum apoio, mas não pode torná-los dependentes disso. Esse não é um aprendizado nem fácil, nem rápido”, diz.

“É mesmo um pouco complicado convencer os catadores a trabalharem juntos”, admite Neves. Contudo, ele já pensa em montar um esquema paralelo de coleta de óleo para a eventualidade do Prove não superar o atual impasse.

Outra iniciativa relevante em nível estadual acontece em Goiás. Desde 2006, uma parceria entre a fabricante de biodiesel Granol e o governo do Estado desenvolve ações de sensibilização junto à população – folhetos explicando os problemas gerados pelo descarte do óleo de cozinha na rede de esgoto foram anexados às contas de água dos moradores de Anápolis. Além disso, a empresa vem desenvolvendo ações educativas nas escolas que envolvem o recolhimento do óleo de fritura usado.