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Perfil da usina: Biopar (PR)


BiodieselBR - 29 nov 2008 - 06:11 - Última atualização em: 23 jan 2012 - 11:05
Única usina com operação regular no Paraná, a Biopar investe com cautela para se consolidar

Por Patrícia Caños Chiosi de Souza, de Londrina


O engenheiro químico Nivaldo Tomazella, com experiência de mais de 20 anos em usinas de etanol do Estado de São Paulo, sonhava com a própria fabricação de biodiesel. “Em 2006, quando iniciamos o projeto, víamos no biodiesel uma grande oportunidade de negócio”, diz Tomazella, diretor industrial da Biopar – Bioenergia do Paraná, sediada em Rolândia, no norte do Estado. Há dois anos ele conseguiu “vender” a idéia para um sócio investidor e prosseguiu na proposta. Toda parte industrial, ambiental e documental foi planejada. “Podemos dizer que projetamos e montamos a nossa planta, com engenharia e conceitos brasileiros.”

O passo seguinte foi o registro na Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em março de 2007, o sonho saiu do papel. O investimento inicial foi de R$ 5 milhões numa usina com capacidade de produção nominal de 120 mil litros de biodiesel por dia. A rota é metílica. A capacidade de armazenagem é de 3,3 milhões de litros de biodiesel e 1,5 milhões de litros de óleo e gordura, usados como matéria-prima. Alguns equipamentos foram construídos, outros comprados. A Biopar ocupou uma antiga indústria de óleo vegetal de Rolândia, cuja estrutura pôde ser em parte aproveitada. A nova empresa está instalada em uma área de 61 mil metros quadrados, sediada num bairro que já foi uma região industrial e hoje está dentro da cidade.

A usina já poderia ter obtido o Selo Combustível Social, ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que concede redução de tributos e possibilita melhores condições de financiamento para produtores de biodiesel que firmarem parceria com a agricultura familiar, mas não levou o plano adiante. “Não seguimos adiante nesse ponto, porque o compromisso com o produtor rural envolve muita responsabilidade. Precisávamos de mais certeza quanto a esse mercado.” A justificativa do diretor da usina é de que naquele momento não havia garantia de venda. “Mas toda documentação está pronta no MDA, é só colocar em prática.”

A intenção era iniciar a produção imediatamente após a implantação. Mas as máquinas da usina só começaram a operar em abril deste ano. “Participamos de quatro leilões de Petrobras e não conseguimos vender. Ficamos em stand by, esperando o mercado”, lembra Tomazella. Só há cerca de seis meses o primeiro volume de biodiesel, de dois milhões de litros, foi vendido a R$ 2,698 o litro. Em julho, as distribuidoras (que são as compradoras finais) fizeram os primeiros carregamentos na Biopar. A produção atual não passa de 50 mil litros diários, mas deve ser ampliada a partir de setembro já que a usina conseguiu negociar um lote de cinco milhões de litros de biodiesel no 11º leilão da ANP. “Estamos produzindo em função do volume de venda. Se o mercado pedir mais, estamos preparados”, reforça Tomazella.