Ubrabio aponta vantagens do biodiesel para produtores rurais
O biodiesel pode tornar a produção rural brasileira mais limpa e mais barata. Em resumo, foi essa a mensagem que a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) apresentou ao público do 1º Seminário Internacional Resiliência Climática e Descarbonização da Economia que aconteceu ontem (14) em Brasília.
Segundo cálculos apresentados pelo diretor superintendente da entidade, Donizete Tokarski, seria possível evitar a emissão de 383 milhões de toneladas de gás carbônico anualmente caso a indústria sucroalcooleira do Brasil passasse a abastecer seu maquinário agrícola com B30. “Cada colheitadeira de cana utilizando B30 reduz 78 toneladas de gás carbônico por ano por ano, o que equivale ao plantio de 570 novas árvores”, explicou o palestrante.
A mesma lógica vale para outras culturas. “Não faz sentido que uma colheitadeira de soja, em Mato Grosso, utilize diesel fóssil importado, quando o estado é um dos maiores produtores de biodiesel do Brasil”, ressaltou Tokarski. Ele explicou que a dispendiosa logística para levar combustíveis do litoral – onde se concentra o parque de refino da Petrobras e os portos por onde chega o produto importado – tornam o balanço de emissões até mais favorável.
Pelas contas da Ubrabio, se fossem abastecidas com B30, cada colheitadeira usada nas lavouras de soja mato-grossenses deixaria de emitir 93 toneladas de CO2 por ano. “A sociedade precisa incorporar isso e usufruir dos benefícios de um produto que é nacional, gera emprego e renda e ainda melhora a qualidade do ar e, consequentemente, a qualidade de vida”, afirmou.
Hoje, todo o diesel rodoviário usado no pais já conta com a adição de 7% de biodiesel. Contudo, desde outubro do ano passado o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) permitiu que grandes consumidores de combustíveis pudessem optar pelo uso de misturas maiores – o chamado mercado autorizativo. No caso de produtores agrícolas, a mistura permitida é de 30%.
Mais barato
Apenas um dia antes, Tokarski havia defendido uma posição parecido durante o 1º Congresso de Bionenergia de Mato Grosso realizado em Cuiabá onde apresentou o painel “Situação do Biodiesel em Mato Grosso: matérias-primas, produção e consumo”.
Além das vantagens difusas em termos de emissões que podem se tornar vantagens competitivas a medida que vários mercados importantes para os produtos agrícolas passem adotar exigências ambientais de seus fornecedores, o uso de misturas autorizativas pode de biodiesel pode sair até mais barato. Nas contas da entidade, os proprietários rurais do Mato Grosso poderiam economizar cerca de R$ 48 milhões em suas contas de combustível com o uso do B30.
Tokarski reforçou que Mato Grosso necessita de uma política estadual voltada para atender essa demanda. “Estamos acomodados na cultura do petróleo e essa energia fóssil é finita, ela vai acabar. Não precisamos importar diesel se aumentarmos a produção de biodiesel”, enfatizou.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações assessoria da Ubrabio