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Informações

[Atualizada] Potencial vai investir R$ 1,7 bi na 1ª fase de esmagadora de soja na Lapa


BiodieselBR.com - 13 jun 2023 - 20:07 - Última atualização em: 14 jun 2023 - 17:45

Depois de ter montado a maior usina de biodiesel do país – e uma das maiores do mundo – com capacidade instalada para até 900 mil m³ anuais; o Grupo Potencial está se preparando para dar o próximo passo e entrar de cabeça no agronegócio. Dentro de, no máximo, mais dois meses, o grupo empresarial com origem no ramo de distribuição de combustíveis vai começar a construção de sua esmagadora de soja. E não é qualquer esmagadora, segundo a empresa essa vai ser a maior esmagadora de soja do Brasil.

O terreno que deverá receber à nova unidade está localizado ao lado da usina de biodiesel do grupo na cidade de Lapa (PR) e já está passando por terraplanagem. A meta é que tudo esteja pronto para que a planta comece ser construída já no próximo mês. As informações foram passadas com exclusividade à BiodieselBR.com pelo vice-presidente comercial do Grupo Potencial, Carlos Eduardo Hammerschmidt e pelo gerente geral de Qualidade, Robson Rodrigues Antunes.

A expectativa é que a construção leve cerca de 18 meses. Isso quer dizer que, se tudo correr bem, o desembarque do Grupo Potencial no setor de processamento de soja vai acontecer entre final de 2024 e o começo de 2025

O projeto não é nada modesto. Apenas na primeira fase das obras serão investidos cerca de R$ 1,7 bilhão. Mas quando a unidade estiver completamente finalizada por volta de 2028, a conta deve ficar próxima dos R$ 2,5 bilhões. As primeiras estimativas sobre a 2ª fase do projeto giram em torno da casa dos R$ 800 milhões. 

Primeira fase

Para sua chegada ao novo mercado, a Potencial está mirando uma capacidade de 3,5 mil toneladas de soja por dia – cerca de 1,15 milhão de toneladas de soja por ano o que já a coloca entre as maiores do setor de esmagamento.

Será uma frente de negócios inteiramente nova para o Grupo Potencial. “O mercado de industrialização de soja é novo para nós. Então a gente vai ter um aprendizado como aconteceu com próprio biodiesel no passado. Mas a ideia é que, em mais dois ou três anos, nós estejamos prontos para segunda fase”, diz Carlos Eduardo.

A meta de longo prazo, de acordo com o empresário, é disputar as primeiras colocações do mercado. Quando a 2ª fase do projeto for concluída, a capacidade total da esmagadora da Potencial deve ficar entre 6 e 7 mil toneladas diárias.

Com a esmagadora o site industrial ocupará um espaço de 500 mil m² e irá gerar mais de 250 empregos diretos.

Para conseguir viabilidade logística para receber e enviar os produtos da esmagadora, a empresa vai construir um terminal ferroviário ligando o site industrial com a linha férrea que vai ao porto de Paranaguá. Mas mesmo com a ferrovia ainda estarão recebendo mais de 100 caminhões por dia com entrega de soja e outros 100 caminhões saindo com farelo.

Junto a esmagadora serão construídos dois silos semi v com capacidade para 150 mil toneladas cada e mais um silo de 100 mil toneladas para armazenar o farelo.

A esmagadora vai usar o mesmo sistema de efluentes que a usina de biodiesel usa. “Usamos uma tecnologia americana chamada CWT, que significa Clean Water Technology. Ela consiste em processo de tratamento físico, químico e enzimático, que faz com que tenhamos um efluente com qualidade de água de reuso. Então toda a água retorna para o processo. Já estamos numa fase de ampliação dessa estação de tratamento para justamente absorver todos os volumes da esmagadora também” explicou Robson Antunes.

A planta ainda vai contar com uma cogeradora de energia com capacidade de 11 MW. Como o consumo esperado da planta é de 7MW, o excedente será vendido para o grid.

Farelo

Para dar destino ao óleo fabricado por sua nova unidade, a Potencial não deve ter maiores dificuldades. Afinal, a megausina do grupo está literalmente do outro lado da rua. E nem será preciso atravessá-la. Ambas as plantas serão conectadas por dutos.

Isso quer dizer que, dependendo das condições do mercado de biodiesel, a produção de óleo da esmagadora terá mercado cativo.

A grande novidade para o grupo será o mercado de farelo. Segundo Carlos Eduardo, na cidade vizinha de Porto Amazonas (PR) já conta com uma grande fábrica de rações para o segmento pet que deve absorver ao menos uma parte da produção de farelo da nova esmagadora.

Mas a maior parte da produção deverá ter o mercado internacional como destino. Para antecipar a entrada no mercado exportador, a empresa já está certificando sua produção junto à International Sustainability & Carbon Certification (ISCC), cuja auditoria ocorreu há duas semanas.

Carlos Eduardo finaliza a entrevista com uma mensagem forte sobre os objetivos da empresa. “A nossa diretriz é ser referência na transição energética brasileira, potencial e capacidade não nos faltam. Uma empresa familiar forte, e de capital fechado são raras no mercado brasileiro. Enfrentar multinacionais são desafios extremos, mas estamos preparados financeiramente para os nossos projetos, por isso colocamos no papel e executamos. O nosso maior legado é gerar emprego e renda para os brasileiros. Queremos que o Grupo Potencial seja conhecido mundialmente” explicou com orgulho.

Atualização em 14 de junho - Depois da publicação do texto, representantes da Potencial ressaltaram que o montante do investimento que deverá ser feito na 2ª fase da esmagadora trata-se de uma estimativa inicial. BiodieselBR.com modificou o titulo e o texto interno da reportagem para refletir essa nova informação. 

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com