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Petrobras vai ampliar capacidade de produção de diesel R na Repar


BiodieselBR.com - 27 jun 2023 - 18:55 - Última atualização em: 28 jun 2023 - 10:15

A Petrobras vai mais do que dobrar a capacidade de produção do chamado Diesel R – tipo de diesel que já sai de fábrica com conteúdo renovável – na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Hoje, a planta localizada na cidade de Araucária (PR) pode fabricar até 5 mil m³ por dia do produto, após a ampliação a capacidade chegaria a 12,3 mil m³/dia.

Pelas contas da Petrobras, a nova capacidade da Repar permitiria que a petroleira abastecesse até 41 mil ônibus convencionais com diesel coprocessado. Mas a produção vai depender das condições do mercado.

Essa ampliação faz parte do Programa BioRefino no qual a Petroleira pretende investir aproximadamente US$ 600 milhões – R$ 2,88 bilhões pelo câmbio de hoje – ao longo dos próximos cinco ano. A Petrobras quer instalar capacidade de coprocessamento nas refinarias Presidente Bernardes, Paulínia e Duque de Caxias; além de uma biorrefinaria dedicada à produção de diesel verde e bioquerosene 100% renováveis.

Também há estudos para levar a tecnologia à outras refinarias do grupo.

Autorização

De acordo com a autorização da Repar disponível o portal da ANP, duas das unidades da refinaria paranaense – U-2631 e U-2313 – estão autorizadas a produzir diesel com até 10% de conteúdo renovável. Isso é feito processando óleo vegetal junto com as correntes de petróleo que vão dar origem ao óleo diesel. As refinarias Alberto Pasqualini e Gabriel Passos também estão autorizadas cargas menores do produto.

Segundo materiais divulgados pela Petroleira, contudo, seria possível fabricar o Diesel R com qualquer percentual de material renovável. O combustível resultante seria quimicamente idêntico diesel de petróleo o que permitiria que ele fosse usado puro em motores convencionais sem qualquer adaptação. A tecnologia de coprocessamento foi desenvolvida ainda em 2006 pela própria Petrobras.

Até bem recentemente, no entanto, a Petrobras não mostrava pouco interesse no produto. Só a partir de 2020, o Diesel R passou a ter espaço nos planos da petroleira nacional. No final do ano passado, a direção anterior da estatal chegou a manobras para tentar incluir seu novo produto no mandato de biodiesel. A ideia acabou sendo recusada pelo CNPE.

Segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, a grande vantagem do Diesel R é a possibilidade de uso imediato “A estratégia de coprocessamento de matérias-primas renováveis viabiliza a entrega de produtos sustentáveis que podem ser imediatamente consumidos com a infraestrutura e motores existentes. Permite, ainda, que no futuro possamos processar cargas residuais com menor pegada de carbono e custo”, disse em nota divulgada pela Agência Petrobras.

Na semana passada, Tolmasquim defendeu a criação de um mandato adicional ao de biodiesel para o produto.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com