Petrobras amplia testes com mistura entre biodiesel e bunker marítimo
Nos próximos dois meses um dos navios da frota da Petrobras vai navegar usando uma mistura de 76% de óleo combustível marítimo convencional (bunker) e 24% de biodiesel. Ela fará parte de um teste idealizado pela petroleira nacional para validar a viabilidade do uso de misturas de biodiesel no segmento naval.
O navio foi abastecido com 573 m³ da mistura no terminal da Transpetro no Porto de Rio Grande. Os 137,5 mil m³ de biodiesel que serão usados foram fabricados na usina de Montes Claros (MG) da Petrobras Biocombustível a partir de um mix contendo 30% de sebo bovino e o restante de óleo de soja.
A ideia é acompanhar o desempenho do navio registrando dados sobre consumo, potência desenvolvida, distância percorrida, além do desempenho do combustível em filtros e sistemas de purificação.
Esse nível de mistura é o dobro do que é usado atualmente no óleo diesel consumido pelo Brasil para movimentar veículos terrestres. Pelas contas da Petrobras, a mistura vai reduzir em cerca de 17% das emissões de gases do efeito estufa (GEEs) da embarcação.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em 2021, a demanda de combustíveis marítimos foi de 10,7 milhões de m³ e deverá avançar para 14,7 milhões de m³ até 2031.
Segunda rodada
Esse já é o segundo teste do tipo desenvolvido pela Petrobras. A primeira rodada foi realizada na virada de 2022 e 2023.
Durante 40 dias, o navio Darcy Ribeiro, da frota da Transpetro, navegou usando 303 mil litros de uma mistura de bunker marítimo com 10% de biodiesel. Não foram constatadas ocorrências atípicas no motor do navio e nos sistemas de tratamento do combustível.
Segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, essa nova rodada de testes posiciona a empresa para atender melhor as futuras demanda do mercado internacional. “Com este teste, avançamos nas opções que temos a oferecer para viabilizar a descarbonização de nossos clientes e diversificar nosso portfólio de produtos. O setor de combustíveis marítimos busca soluções no curto prazo que nós desejamos ser capazes de atender”, disse.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com