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O surpreendente ano de 2019


BiodieselBR.com - 20 dez 2019 - 15:53 - Última atualização em: 04 jan 2020 - 01:51

Difícil negar que 2019 tenha sido um ano particularmente árduo de acompanhar. Seja no mundo. Seja no Brasil. Seja no próprio setor de biodiesel.

Além da relação entre as duas maiores potências econômicas do mundo – os Estados Unidos e a China – ter seguido em zigue-zague durante quase todo o ano gerando reflexos importantes no complexo soja e de proteínas animais aqui do Brasil, também vimos a América Latina entrar em ebulição e um mundo cada vez mais preocupado com a urgência da crise climática.

No Brasil, assistimos atônitos quando a barragem de minérios da Vale em Brumadinho (MG) se rompeu – reprisando a história de Mariana –, vimos preocupados o ritmo de desmatamento da Amazônia acelerar e centenas de praias no Nordeste serem contaminadas por uma mancha de petróleo que, até o momento, ninguém sabe como chegou aqui.

Há vitórias a celebrar. Depois de muitos anos perseguindo os Estados Unidos, o Brasil finalmente está para se consolidar como o maior produtor mundial de soja. As estimativas mais recentes indicam que colheremos um pouco mais de 120 milhões de toneladas do grão nessa temporada. Isso recém-saídos de uma safra problemática.

Além disso, a economia brasileira volta a dar sinais de que pode estar finalmente saindo do atoleiro em que se enfiou depois de 2014.

De virada

Embora tenha levado uma rasteira no começo do ano quando as montadoras negaram endosso para novas misturas, o setor recuperou seu equilíbrio e, em poucos meses, conseguiu aprovar uma nova especificação que abriu caminho para a chegada do B11 e a posterior a evolução até o B15.

Com o mercado pronto entrar numa nova onda de crescimento, o setor já prepara o maior ciclo de expansão de sua história. Ontem mesmo ficamos sabendo sobre mais três projetos – duas ampliações e uma usina nova. Somando tudo, temos cerca de 2,9 bilhões de litros em capacidade nova a caminho do mercado.

Novo pano de fundo

Em outra frente, o setor assumiu a dianteira do Renovabio.

A primeira fabricante a atingir a etapa de consulta pública em seu processo de certificação foi a Olfar de Porto Real e a primeira a ter o direito a emissão de CBios confirmado foi a JBS de Lins.

Usinas de biodiesel serão metade dos fabricantes que, a partir do próximo dia 24, poderão começar a acumular créditos assim que o primeiro módulo da Plataforma CBio tiver entrado no ar. O mercado, no entanto, ainda deve levar mais alguns meses até ser formatado.

O Renovabio é só uma das grandes mudanças no panorama do setor de combustíveis no Brasil. Outra alteração relevante vem da redução da centralidade da Petrobras na cadeia como um todo. Isso porque a empresa está trabalhando para se concentrar mais na exploração e produção de petróleo.

Nos últimos meses a petroleira vendeu o controle da BR Distribuidora e vem avançando seu plano de se desfazer de metade de sua capacidade de refino. Praticamente todo o mercado brasileiro de combustíveis terá que se rearranjar.

O ano de 2020 promete. Se tudo correr como deve, teremos o B12 a partir do segundo bimestre. Isso já deve garantir que a indústria siga quebrando recordes. Além disso, teremos – depois de dois anos de muita espera – a estreia do mercado de carbono estabelecido pela Política Nacional de Biocombustíveis (Renovabio). Finalmente, as usinas poderão descobrir quanto dinheiro o mercado está realmente disposto a pagar por benefícios ambientais que sempre recebeu de graça.

Aconteça o que acontecer, BiodieselBR.com estará presente, atenta e trabalhando com o afinco de sempre para levar a seus leitores a melhor informação disponível sobre o setor de biodiesel. No momento, no entanto, o portal entra em seu período de recesso. Devemos voltar à ativa em 07 de janeiro.

Boas festas e até breve!

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com