Mais distante do biodiesel, Vanguarda divulga resultados do 1º semestre

A Vanguarda Agro divulgou hoje (09) os resultados de suas operações ao longo do 1º semestre de 2012. A empresa tem o que comemorar: seu Ebitda (índice que aponta o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 92,1 milhões nos primeiros seis meses do ano e o endividamento da companhia foi reduzido em 21% – indo de R$ 529,9 milhões para R$ 417 milhões no período. Contudo, ainda não foi dessa vez que a empresa conseguiu apresentar um resultado inequivocamente favorável, o balanço do semestre fechou com prejuízo líquido de R$ 52,1 milhões.

A V-Agro está cada vez mais distante da produção de biodiesel, atividade que levou a sua fundação – quando ainda se chamava Brasil Ecodiesel – em meados de 2003. Em abril passado, a companhia concluiu a venda de suas usinas de Iraquara (BA) e Porto Nacional (TO) para a Oleoplan por cerca de R$ 100 milhões.

Hoje a única planta da Vanguarda que ainda mantém as autorizações da ANP é a usina de São Luis (MA) cuja capacidade é de 129,6 milhões de litros por ano e está com a produção parada. Essa é uma queda e tanto quem já foi a maior do setor, com seis unidades capazes de fabricar quase 725 milhões de litros anuais. 

A Vanguarda nunca se deu bem fabricando biodiesel, ela quase foi à bancarrota em função de erros estratégicos cometidos durante o leilão de biodiesel de novembro de 2007 – o primeiro da fase obrigatória do PNPB. Desde então, passou por seguidas reestruturações até que resolveu se afastar de vez da produção de biodiesel para se reinventar como uma empresa dedicada principalmente à produção de soja, milho e algodão. A transição está praticamente completa. Esse semestre, a receita operacional dos negócios agrícolas foi de R$ 426,6 milhões contra R$ 94,1 milhões dos negócios relacionados ao biodiesel. No primeiro semestre do ano passado a relação estava invertida – R$ 135,2 dos negócios agrícolas contra R$ 268,5 do biodiesel. 

No semestre o biodiesel causou mais um prejuízo gerando perdas da ordem de R$ 60 milhões. Não fosse por isso, a V-Agro teria fechado as contas no azul.

O mercado não parece ter se empolgado com resultados. Até o fechamento desse texto, as ações da empresa apresentavam desvalorização de 5,13% no pregão da Bovespa.

Fábio Rodrigues