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Lucro líquido da 3tentos cresceu 6,1% no 2º trimestre


Fábio Rodrigues - 12 ago 2022 - 09:07

A 3tentos, empresa com sede em Santa Bárbara do Sul (RS) que atua nos segmentos de insumos e grãos (originação e processamento) no mercado gaúcho e em Mato Grosso, encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 121,2 milhões, 6,1% maior que o registrado em igual intervalo de 2021.

Conforme balanço divulgado pela companhia, o lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 33% na comparação, para R$ 162,7 milhões, a margem Ebitda subiu 0,7 ponto, para 10,9%, e a receita líquida foi 24,2% superior (R$ 1,5 bilhão).

Mesmo que normalmente o segundo trimestre seja mais fraco para os negócios de insumos da 3tentos, neste ano o segmento ajudou a puxar os incrementos observados, segundo Maurício Hasson, CFO da empresa. “E tivemos nessa frente um nível de inadimplência menor do que esperávamos”, afirmou.

Inadimplência

Diante das turbulências, sobretudo na área de fertilizantes, aprofundadas pela guerra na Ucrânia e que geraram forte alta de preços, a companhia esperava uma inadimplência de seus clientes de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões. Mas, conforme Hasson, foram R$ 130 milhões, renegociados.

“Assim, o impacto no capital de giro foi menor do que esperávamos”, disse o executivo. No segmento de insumos, a receita líquida cresceu 128,5% ante o mesmo período do ano passado, para R$ 364 milhões. Além dos preços mais elevados, colaboraram para o salto os maiores volumes de vendas de sementes (40%) e adubos (28%) — em defensivos houve retração de 17%.

Expansão

A expansão da rede de distribuição da 3tentos influenciou os avanços observados. No Rio Grande do Sul, a empresa já inaugurou quatro das cinco novas lojas previstas para 2022, e em Mato Grosso foram abertas três das quatro projetadas para o ano. A companhia conta com uma rede de mais de 50 unidades.

No segmento de grãos, a receita líquida chegou a R$ 292,5 milhões no segundo trimestre, com queda de 23,1% ante igual intervalo do ano passado. Essa queda refletiu a quebra da safra gaúcha de soja, e não foi maior porque cresceram os volumes de milho e trigo movimentados.

No caso da soja, a retração trimestral do volume chegou a 52%, mas no do milho o crescimento chegou a 156% e no do trigo, a 135%. O trigo é originado no Rio Grande do Sul, enquanto o milho, em Mato Grosso. A partir desta safra 2022/23, também começará a originação de soja no Estado do Centro-Oeste, operação que até agora estava concentrada no Sul.

A operação de milho começou em Mato Grosso porque a fábrica localizada em Vera, no norte do Estado, já está com mais de 70% das obras concluídas, e silos e armazéns ficaram prontos — o processamento não está rodando.

No segmento de indústria, ainda sem Vera, a receita líquida registrou alta de 26,3% no segundo trimestre, para R$ 840,7 milhões. “O desempenho reflete, além da alta das commodities, a utilização exclusiva de óleo de soja próprio na produção de biodiesel e a melhor performance da planta industrial de Ijuí (RS)”, informou a 3tentos.

Perspectivas

Para este terceiro trimestre, as perspectivas são positivas, em boa medida porque entra em vigor uma nova tabela de preços de insumos que incorpora elevações importantes observadas no mercado nos últimos meses. Segundo Hasson, o valor médio da “cesta” com sementes, fertilizantes e defensivos está 45% maior — alguns itens subiram mais de 150%. Também é positiva a tendência para o recebimento de milho safrinha.