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Glicerina

Universidade de Coimbra testa glicerol na composição de rações para peixes


Agência Lusa - 09 mai 2022 - 10:03

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, vem testando o uso de glicerina na composição de rações para peixes criados em operações de aquacultura.

Constituída por pesquisadores portugueses e franceses, a equipe é liderada por pelo biólogo do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), Ivan Viegas, que busca identificar ingredientes alternativos para a criação comercial de pescado que associem conteúdo nutricional e energético com pegada ecológica mais vantajosa.

"Neste contexto, o desenvolvimento de rações para aquacultura deve apostar no aproveitamento de subprodutos de outras indústrias, com base na reutilização, recuperação e reaproveitamento de nutrientes como postulado no princípio da economia circular", justificou Viegas.

Além da Universidade de Coimbra, o projeto integra o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e o Instituto Nacional da Agricultura, Alimentação e Ambiente de França (INRAE).

De acordo com o líder do projeto, o glicerol "é uma molécula que é estrutural para os humanos, presente, por exemplo, nos triglicerídeos". "Tem sido utilizado com sucesso como ingrediente alternativo para a suinicultura e avicultura, no entanto, o seu potencial como ingrediente em rações para peixes de aquacultura tem ficado por explorar", evidenciou.

Testes

Durante a pesquisa, foram testadas duas importantes espécies de peixes de viveiro em Portugal: a truta arco-íris e o robalo. As dietas experimentais preparadas pelos cientistas foram suplementadas com 2,5% e 5% de glicerol e se mostraram viáveis para ambas as espécies.

As análises efetuadas permitiram concluir que a performance no crescimento dos peixes pode ser afetada na percentagem mais alta (5%). No entanto, o percentual de 2,5% não altera a performance e eficácia na utilização metabólica e perfil nutricional da carne dos animais.

Segundo Viegas, o resultado mostra que "há margem para a incorporação do glicerol na dieta destas espécies". "Analisámos o fígado das espécies testadas, o principal órgão de regulação de toda a 'maquinaria metabólica', e, com a ajuda dos nossos parceiros do INRAE, em França, verificámos não haver alterações da regulação enzimática do metabolismo hepático destes peixes pelo glicerol", apontou.

Com adaptação BiodieselBR.com