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Glicerina

Pesquisa usa glicerina para melhorar qualidade de pellets


Fábio Rodrigues - 09 mai 2023 - 09:42

Uma pesquisa que desenvolvida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) com participação da Embrapa Meio Ambiente (SP) teve sucesso em conseguiu combinar glicerina coproduto de biodiesel e fontes alternativas de biomassa residual na produção de pellets.

Os pellets são combustíveis sólidos à base biomassa vegetal residual que podem ser usados como combustível na geração de energia elétrica e térmica em usinas, empresas e aquecimento residencial – aplicações que tradicionalmente usam lenha como combustível. A adição de glicerol ao processo resulta em pellets mais densos que podem oferecer soluções mais sustentáveis para recuperar energia a partir de subprodutos de grandes cadeias do agronegócio reduzindo a dependência em relação à madeira.

Resíduos do etanol e biodiesel

Quem liderou o estudo foi pesquisador e professor da Unesp, Ronaldo Viana. Segundo ele, o objetivo foi avaliar se a adição de glicerol a resíduos do processo de produção de etanol como bagaço de cana-de-açúcar e resíduos lignocelulósicos permitiria desenvolver pellets adequados para aquecimento e produção de energia.

Os produtos gerados foram analisados para matéria volátil, carbono fixo, densidade, aparência e poder calorífico. Além disso, foi realizada a termogravimetria (técnica de análise térmica) e microscopia eletrônica de varredura dos pellets formados para fornecer mais informações sobre sua estabilidade térmica, morfologia e propensão à formação de escória (impurezas) e incrustação.

“Obtivemos evidências da formação de pellets de qualidade utilizando essas matérias-primas. Seus produtos podem ser tão importantes quanto biocombustíveis advindos de madeira de primeira qualidade, fornecendo excelentes soluções industriais, com alto rendimento da linha de peletização, capazes de gerar calor e energia nos mais rigorosos sistemas de combustão residenciais e comerciais”, observou Viana.

Densidade

Os dados mostraram que usando glicerol como aditivo foi possível aumentar a densidade de biomassa no produto final. “A pesquisa mostrou que é possível condensar energia de maior densidade aos pellets do que a biomassa original. Isso amplia a possibilidade de usos e mercados para esses produtos, como no transporte e estocagem de energia de forma mais segura”, diz o pesquisador da Embrapa, André May.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações Embrapa