Pesquisa usa glicerina para melhorar qualidade de pellets
Uma pesquisa que desenvolvida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) com participação da Embrapa Meio Ambiente (SP) teve sucesso em conseguiu combinar glicerina coproduto de biodiesel e fontes alternativas de biomassa residual na produção de pellets.
Os pellets são combustíveis sólidos à base biomassa vegetal residual que podem ser usados como combustível na geração de energia elétrica e térmica em usinas, empresas e aquecimento residencial – aplicações que tradicionalmente usam lenha como combustível. A adição de glicerol ao processo resulta em pellets mais densos que podem oferecer soluções mais sustentáveis para recuperar energia a partir de subprodutos de grandes cadeias do agronegócio reduzindo a dependência em relação à madeira.
Resíduos do etanol e biodiesel
Quem liderou o estudo foi pesquisador e professor da Unesp, Ronaldo Viana. Segundo ele, o objetivo foi avaliar se a adição de glicerol a resíduos do processo de produção de etanol como bagaço de cana-de-açúcar e resíduos lignocelulósicos permitiria desenvolver pellets adequados para aquecimento e produção de energia.
Os produtos gerados foram analisados para matéria volátil, carbono fixo, densidade, aparência e poder calorífico. Além disso, foi realizada a termogravimetria (técnica de análise térmica) e microscopia eletrônica de varredura dos pellets formados para fornecer mais informações sobre sua estabilidade térmica, morfologia e propensão à formação de escória (impurezas) e incrustação.
“Obtivemos evidências da formação de pellets de qualidade utilizando essas matérias-primas. Seus produtos podem ser tão importantes quanto biocombustíveis advindos de madeira de primeira qualidade, fornecendo excelentes soluções industriais, com alto rendimento da linha de peletização, capazes de gerar calor e energia nos mais rigorosos sistemas de combustão residenciais e comerciais”, observou Viana.
Densidade
Os dados mostraram que usando glicerol como aditivo foi possível aumentar a densidade de biomassa no produto final. “A pesquisa mostrou que é possível condensar energia de maior densidade aos pellets do que a biomassa original. Isso amplia a possibilidade de usos e mercados para esses produtos, como no transporte e estocagem de energia de forma mais segura”, diz o pesquisador da Embrapa, André May.
Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com
Com informações Embrapa