Casa Civil adianta mais detalhes sobre o novo Marco Regulatório do Biodiesel

O governo federal tem sido parcimonioso em relação à divulgação de detalhes relacionados ao novo marco regulatório do setor de biodiesel. Embora haja informações consistentes de que o texto encontra-se consolidado e está esperando para ser anunciado quando o Planalto julgar mais conveniente, praticamente tudo o que se sabe até agora foi o que o coordenador da CEIB, Rodrigo Rodrigues, contou à BiodieselBR em março passado.
O subchefe da Casa Civil, José Honório Accarini, adiantou mais alguns detalhes durante a apresentação que fez na abertura do workshop “Controle Pleno da Qualidade do Biodiesel e da Mistura com Diesel”, organizado pela Embrapa Agroenergia na semana passada em Brasília (DF).
A informação nova ajuda a antecipar o que está por vir. Especialmente porque joga um pouco de luz sobre um dos aspectos mais sensíveis do novo marco regulatório, de que a mistura obrigatória não vai mais caminhar numa só direção – a lei permitirá que o governo reduza o percentual de biodiesel misturado ao óleo diesel mineral caso julgue necessário.
Segundo a apresentação de Accarini, o novo marco prevê que a mistura suba gradualmente até chegar a 10% em 2020. Isso atenderá os pleitos tanto de produtores que querem aumentar a demanda por seu produto, quanto dos distribuidores que precisam de um prazo maior para adequar sua logística.
Acontece, entretanto, que o percentual, até este limite de 10%, poderá ser ampliado ou reduzido por decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A decisão vai ser tomada observando um conjunto de 7 critérios. São eles:
- Oferta de matéria-prima e capacidade industrial;
- Participação da agricultura familiar;
- Desenvolvimento regional;
- Desempenho dos motores;
- Proteção do interesse do consumidor;
- Avaliação de alternativas tecnológicas na matriz de transporte;
- Redução das emissões.
A mistura também não precisará mais ser a mesma no Brasil todo. O CNPE poderá determinar misturas diferentes por região do país.
Fundo
Outra ideia que está circulando é a criação de um fundo responsável por financiar ações para o desenvolvimento da indústria.
Ainda não está claro de onde viriam os recursos e quais seriam as regras para acessá-los, mas a ideia é que eles possam ser usados em ações de fortalecimento da agricultura familiar, diversificação de matéria-prima e desenvolvimento tecnológico.
O Selo Combustível Social também deverá sair fortalecido dentro do novo marco. Segundo a apresentação de Accarini, as usinas detentoras do selo terão preferência na comercialização de seu produto no mercado interno.
Fábio Rodrigues