Preços do diesel e do querosene de aviação podem aumentar com projeto de incentivo a biocombustíveis, diz governo
Os preços do diesel e do querosene de aviação podem aumentar com a implementação das medidas de incentivo aos biocombustíveis lançadas nesta quarta-feira (14) pelo governo federal.
A informação consta de ofício assinado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O projeto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso.
Segundo Silveira, há previsão de aumento de até 0,7% no óleo diesel B – resultado da mistura com o biodiesel, que é vendido nos postos de combustíveis. O aumento seria para cada ponto percentual da mistura obrigatória.
"Registra-se que o impacto da medida geraria elevação máxima de 0,7% no preço do litro do óleo diesel B [vendido nos postos] para cada ponto percentual de mandato de mistura", diz o ministro no ofício.
O diesel verde e o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) são produzidos por meio da transformação de matérias-primas renováveis. Gorduras vegetais ou de origem animal, cana-de-açúcar e resíduos são exemplos de materiais usados na produção.
Querosene de aviação
Já o preço do querosene de aviação pode aumentar até 4% para cada ponto percentual de redução nas emissões. Ou seja, com uma redução obrigatória de 1%, o preço aumentaria até 4%. Com a redução de 2%, mais 4% de aumento.
Contudo, a pasta ressalta que a estimativa foi feita com base na cotação atual do combustível sustentável no mercado internacional. Segundo o ministério, a conjuntura é de alta demanda e baixa oferta do combustível, o que eleva o preço.
"[Os] volumes não refletem, ainda, os ganhos a serem adquiridos a partir da curva de aprendizado e do aumento da produção esperadas desses combustíveis. Com isso, aguarda-se, em 2027, impacto significativamente menor do que o estimado", escreve Silveira no ofício.
A intenção do governo é que haja um aumento progressivo na mistura. O programa Combustível do Futuro traz o percentual de redução de emissão de gases do efeito estufa por meio da utilização de combustível sustentável de aviação.
De 2027 a 2037, as companhias aéreas devem reduzir as emissões em, no mínimo:
2027 - 1%
2028 - 1%
2029 - 2%
2030 - 3%
2031 - 4%
2032 - 5%
2033 - 6%
2034 - 7%
2035 - 8%
2036 - 9%
2037 - 10%
Lais Carregosa e Guilherme Mazui – G1