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Política

Na falta de diesel, Brasil pode ‘partir para o escambo’ e trocar alimentos por combustível, sugere Bolsonaro


Valor Econômico - 08 jun 2022 - 09:03

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nessa terça-feira (07) que, na hipótese de faltar diesel para abastecer o mercado interno, o Brasil poderá "partir para o escambo", trocando alimentos por combustível.

"Vou falar um absurdo para você aqui. Podemos partir para o escambo, a troca. Tem país que refina petróleo e tem diesel em abundância, nós temos alimentos. O que é mais importante, alimento ou comida? Os dois são importantes. Mas a comida é mais importante", disse, em entrevista ao "SBT News".

"Nós alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas mundo afora. Então, nós damos garantia alimentar para nós e para grande parte da população. Então, nós temos como medidas partir até mesmo para o escambo. Logicamente, que se esta guerra [entre Rússia e Ucrânia] acabar lá fora, tudo, no meu entender, volta à normalidade", disse.

Sobre a dependência externa do Brasil para combustível refinado, o presidente defendeu a necessidade de se investir em refinarias próprias. "Neste momento, acredito que nós deveríamos colaborar a fazer refinarias no Brasil, para daqui a 4, 5, 6 anos não estejamos passando uma crise como estamos passando agora. Se lá fora não tiver refino, vai faltar diesel no mundo todo", comentou.

Sobre a proposta apresentada nessa segunda-feira (06), de compensação pelo governo federal para que os Estados zerem alíquotas de ICMS do diesel e gás de cozinha, o presidente pediu sensibilidade aos parlamentares que analisarão a PEC e aos governadores. Disse ainda que poderá acionar órgãos do governo, como Ministério da Justiça e ANP, para assegurar que a redução de impostos chegue na prática ao preço final.

"Com redução de impostos, tenho certeza que vamos conseguir na ponta da linha baixa o combustível", frisou.

Representantes dos supermercados

Bolsonaro relatou ter conversado com empresários do setor de supermercados nessa terça e que fez apelo para que haja uma redução nos preços dos alimentos, em especial produtos da cesta básica.

"Vamos colaborar todos neste momento de crise. Acho que vamos ter resposta brevemente de redução da cesta básica", disse, na entrevista.

Questionado sobre a possibilidade de aumentar o piso de R$ 400 do Auxílio Brasil, Bolsonaro disse que neste ano a lei impede alteração, mas um reajuste é possível para o ano que vem.

Matheus Schuch – Valor Econômico