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Motores

Porsche vai abandonar diesel


Deutsche Welle - 24 set 2018 - 11:16

O presidente da Porsche, Oliver Blume, disse neste domingo (23), ao tabloide alemão Bild, que a tradicional montadora alemã de veículos esportivos de luxo não vai mais colocar carros com motor movido a diesel no mercado. A decisão é uma resposta ao escândalo que atinge o setor automobilístico alemão desde 2015, quando foi revelado que a Volkswagen manipulou seus veículos para que passassem em testes de poluição. Outras montadoras enfrentam acusações similares.

A Porsche em si não produz motores a diesel, mas há cerca de uma década começou a vender carros movidos a esse combustível. A companhia é acusada de usar, por exemplo, motores a diesel da Audi, hoje também filiada à Volkswagen.

O Ministério Público de Stuttagart, onde a empresa tem sua sede, investiga três funcionários da empresa por envolvimento na suposta manipulação, entre eles Michael Steiner, chefe do setor de desenvolvimento da Porsche.

"A partir de agora não haverá mais diesel na Porsche", disse Blume ao jornal. Segundo ele, a montadora vai se concentrar mais em desenvolver motores a gasolina, híbridos e, a partir de 2019, puramente elétricos.

"Nós nunca desenvolvemos e produzimos motores a diesel. Mas a imagem da Porsche ficou arranhada. A crise do diesel nos causou muito aborrecimento", continuou o executivo.

Três anos após a Volkswagen admitir que trapaceava nos testes de emissões dos motores a diesel nos Estados Unidos, a empresa e algumas de suas marcas subsidiárias continuam sob investigação.

No início do ano, promotores alemães ampliaram as investigações para incluir também a Audi, que desenvolveu um motor a diesel que continha o software ilegal que manipulava os dados das emissões e foi instalado em cerca de 80 mil modelos Volkswagen, Porsche e Audi. Em abril, uma batida policial foi realizada nas instalações da Porsche na Alemanha.

A Volkswagen vai pagar uma multa no valor de € 1 bilhão, imposta por promotores alemães, em relação ao escândalo de emissões envolvendo manipulações ilegais em carros a diesel.

O escândalo já custou à Volkswagen mais de € 25 bilhões (mais de R$ 109 bilhões) em recompras, multas e indenizações, e a empresa continua atolada em disputas jurídicas tanto na Alemanha como em outros países.

A decisão da Porsche também é vista como uma resposta a um movimento crescente em cidades alemãs. Em maio, Hamburgo se tornou a primeira cidade do país a restringir motores a diesel. Na Alemanha, a maior parte da frota é movida a diesel. As cidades alemãs estão pressionadas a aumentar sua qualidade do ar, e veículos a diesel vem sendo um dos principais alvos das autoridades em razão das emissões.