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Pesquisa

Estudo da Esalq avalia impacto econômico dos biocombustíveis no Brasil


USP - 11 set 2013 - 16:17 - Última atualização em: 29 nov -1 - 20:53

Para sua tese de doutoramento em economia aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, o gestor de agronegócios Jerônimo Alves dos Santos, se colocou uma pergunta das mais espinhosas: determinar quanto as políticas de substituição dos combustíveis fósseis por biocombustíveis ajudam – ou atrapalham – a economia brasileira? Para tentar responder essa questão ele partiu dos cenários para o período entre 2010 e 2030 contidos no Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Segundo os resultados da pesquisa, a substituição dos combustíveis fósseis por renováveis promoverá aumentos em quase todos os agregados macroeconômicos. “Os resultados mostraram-se relevantes para o desenvolvimento regional e independência energética do ponto de vista dos impactos sobre as emissões dos gases de efeito estufa. Foram observadas reduções das emissões dos principais combustíveis fósseis da matriz energética”, observa o pesquisador.

Biodiesel 
Os resultados obtidos apontam que o aumento nas misturas de biodiesel tem potencial para gerar impactos bastante dramáticos na economia brasileira. O cenário projetado levou em conta que a mistura avançaria dos atuais 5%, para 8% em 2020 e 12% em 2030. Isso levaria a um crescimento de mais de 360% no consumo do biocombustível em relação aos níveis de 2010. Segundo o pesquisador, o aumento na demanda por matérias-primas levaria a uma expansão de aproximadamente 36% na área plantada com oleaginosas no período considerado. 

Os investimentos da indústria de biodiesel também subiriam 50%. Saindo de R$ 3,2 bilhões em 2010 para R$ 4,8 bilhões em 2030. Isso faria os empregos no setor saltarem de 282 mil para 1,3 milhão. 

O etanol também deverá crescer substancialmente. A expectativa é que o consumo de etanol chegue a 52,5 bilhões de litros por ano – crescimento de 200%.

Regionalização
As vantagens econômicas são particularmente perceptíveis no nível regional da economia. A ampliação dos biocombustíveis apresentou-se como uma importante política de desenvolvimento regional e setorial, sendo observada no aumento do PIB e do nível de emprego da maioria dos estados das regiões Norte e Nordeste, especialmente nos setores agrícolas. “Em outras palavras, a política dos biocombustíveis tem impacto positivo na criação de emprego no campo”, avalia.

“Tanto no aspecto econômico, social e ambiental, as políticas de inserção gradual dos biocombustíveis, podem surtir efeitos favoráveis no agregado econômico e nas reduções das emissões totais na matriz energética brasileira. É importante frisar, no entanto, que essa modelagem baseou-se na economia com o atual nível de tecnologia e eficiência energética, além de não contabilizar a mudança do uso do solo. Portanto, esta pesquisa pode ser utilizada como referência para outros trabalhos, com novas questões e variáveis que expliquem esse processo de forma mais abrangente”, conclui.

O trabalho teve orientação do professor Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A integra do trabalho Impactos na economia brasileira, pela substituição dos combustíveis fósseis por etanol e biodiesel, no período de 2010 e 2030 pode ser acessada clicando aqui.

Com adaptações BiodieselBR.com