Óleo de cozinha rende dinheiro para as escolas
A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) fez, terça-feira à tarde, o recolhimento de óleo de cozinha usado na Escola Municipal Dona Leopoldina, em Linha João Alves. O produto, que é poluente quando jogado no solo ou na rede de esgoto, vai ser processado e transformado em biodiesel.
No início desse mês, dentro do sistema Verde é vida, a associação lançou o Programa de Reciclagem de Óleos Saturados. Ele envolve 49 escolas dos municípios da região, das quais 28 de Santa Cruz. Conforme o vice-presidente Heitor Petry, que também coordena o projeto de biodiesel, a iniciativa une o útil ao agradável. “Estamos envitando que o óleo polua o solo, ajudamos a formar uma consciência ecológica e as escolas ganham bônus para comprarem produtos que necessitam.”
A proposta motivou os alunos. Desde o início das aulas, essa foi a segunda entrega. Na primeira, foram 27 litros e, agora, 152. Cada litro rende um bônus de R$ 0,50 para a escola, que pode trocá-lo por mercadorias na loja da Afubra. Ontem mesmo, o tesoureiro Marcílio Drescher fez a entrega do crédito ao diretor Paulo Adolfo Peise, e à sua vice Gerta Inês Julich. “A iniciativa da Afubra é muito positiva. Ela está conscientizando os alunos e seus familiares”, comemorou Peise.
AJUDA
A professora Rosana Stein, que coordena os projetos ambientais da Escola Dona Leopoldina, disse que os alunos estão muito participativos e, nas suas casas, cuidam para que nenhuma gota de óleo de fritura vá para o esgoto. Também estão buscando o produto junto a outras famílias. Somente na sede da AABB, que fica próxima, obtiveram 40 litros.
A gurizada fez fila para entregar os litrões. Alan Flores da Rosa, de nove anos, explicou que cada coleguinha quer trazer mais. Para isso, visitam os vizinhos, parentes e amigos. “A gente auxilia a escola e protege a natureza. Todos podem ajudar”, ensina.
Biodiesel
De acordo com Heitor Petry, o azeite usado em frituras é levado para o Parque Hainsi Gralow. No local, é processado e transformado em biodiesel. Explicou que a Afubra tem investido na produção desse combustível a partir das sementes de girassol. Agora, está iniciando o projeto do óleo de cozinha, com apoio da Unisc. Por enquanto, o diesel é usado em máquinas e tratores da instituição e de produtores integrados. O subproduto, que é a glicerina, está virando sabão. Petry salientou que a associação faz questão de trabalhar com os jovens estudantes. No seu entender, a partir das crianças, é possível difundir, de forma muito eficiente, as lições ambientais. Deste o início da coleta, a Afubra já evitou que mais de 800 litros contaminassem o lençol freático. O ato na Escola Dona Leopoldina teve também a presença do coordenador do projeto Verde é Vida, Adalberto Huve. Ele esteve acompanhado de técnicos da Afubra.
José Augusto Borowsky