Preço da soja volta a cair na bolsa de Chicago

Aspectos técnicos dominaram as negociações dos grãos na bolsa de Chicago nesta segunda-feira (29/7). A soja se desvalorizou, enquanto milho e trigo fecharam com preços em alta. Em relação à soja, os contratos para setembro, os mais negociados neste momento, fecharam em baixa de 1,15%, para US$ 10,30 o bushel.

Raphael Mandarino, diretor da AgResource Brasil, atribuiu o fechamento desta segunda a uma correção técnica. Para ele, o mercado da soja está repleto de elementos que servem de base para a formação de preço, mas há uma postura retraída dos investidores na bolsa.

“Ainda não se sabe o que vai acontecer com a demanda de soja dos EUA caso Donald Trump vença a eleição [para presidência dos EUA]. Temos uma possibilidade de uma nova guerra comercial com a China, mas também ele já indicou que pode voltar à mesa de negociações com eles”, diz.

Outro ponto levantado por Mandarino é a posição firme dos fundos mantendo suas apostas na queda dos preços no mercado externo. Esse quadro pode se reverter após os desdobramentos do chamado mercado climático.

“Recentemente uma onda de calor atingiu áreas do cinturão agrícola dos EUA. Ainda faltam notícias para confirmar se houve algum impacto na produtividade, mas qualquer mudança brusca de clima na região tende a trazer volatilidade para as cotações em Chicago”, destaca o diretor da AgResource.

Milho

Nos negócios do milho na bolsa de Chicago, os contratos para setembro avançaram 0,44%, com o preço de US$ 3,9625 o bushel.

Os contratos futuros não encontram forças para se manterem acima dos US$ 4, e ainda oscilam muito próximos dos menores patamares em quatro anos.

Essa lateralização dos preços só deve mudar caso as próximas estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) tragam algum impacto negativo para a produção de milho no país, conforme analisa Raphael Mandarino, da AgResource Brasil.

Trigo

Também pautado por aspectos técnicos, o trigo avançou. Os papéis com entrega para setembro subiram 1,43%, a US$ 5,31 o bushel.

Paulo Santos – Globo Rural